Por ANDRÉ SILVA
Maio é o mês de prevenção e combate ao câncer de boca. Este tipo da doença tem maior incidência no homem e um dos principais fatores para o aparecimento do tumor, é o fumo, o sedentarismo, acompanhados de má alimentação e o sexo sem proteção.
O câncer de boca é um tumor maligno que afeta lábio, céu da boca, gengiva, língua – principalmente a borda. A estatística do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que esse tipo de tumor é o 5º de maior incidência entre os homens e o 11º em mulheres.
“O consumo regular do cigarro é o principal causador, junto com a bebida alcoólica. Um hábito potencializa o outro”, explicou cirurgião bucomaxilofacial e estomatologista, Elvys da Cunha Sá.
Os primeiros sinais e sintomas que demonstram que o tumor já pode estar instalado, explica o médico, são as feridas na boca que não saram há mais de 15 dias, que podem apresentar sangramento e aumentam de tamanho. Podem surgir, também, manchas brancas, nódulos no pescoço, rouquidão persistente e lesões escuras que são melanomas intra-oral.
“O tratamento do câncer de boca, é realizado pelo cirurgião de cabeça e pescoço que, juntamente com a equipe do oncologia, vai estabelecer um protocolo de quimioterapia e ou radioterapia”.
Outro fator que pode contribuir para o aparecimento do câncer de boca, é o sexo oral.
“O mesmo HPV que está no câncer do colo do útero, é o mesmo que causa o câncer de boca. É através do sexo oral que eles passam de um para o outro. No Canadá, eles (pesquisadores) verificaram que muitos homens que não fumavam, estavam tendo câncer de língua e não sabiam porquê. Eles verificaram que a presença do vírus que causa o HPV, estava lá. Como ele subia da área genital para oral? Através do sexo oral”, alertou o cirurgião.
Elvys tranquiliza e diz que a melhor forma é sempre se proteger, ter apenas um parceiro e sempre procurar fazer exames de rastreio, neste caso, nas mulheres. E os homens serem vacinados contra o HPV ainda na idade tenra, que neste caso seria de 9 anos, como preconiza o Ministério da Saúde. O mesmo serve para as meninas.
No Amapá, a porta de entrada de pacientes com suspeita de tumor é pelas unidades Básicas de Saúde (UBS). Lá, ele passa por uma avaliação médica ou de um dentista, onde é observado se há alguma lesão característica. Se positiva para a lesão, o paciente deve ser encaminhado para Centro de Especialidades Odontológicas do estado, para o setor de estomatologia ou para a Unacon.
“A Unacon faz o diagnóstico do câncer de boca. Ela é um centro de alta complexidade, mas a gente também faz diagnóstico. Nós temos material e tudo, tudo dentro da Unacon. Mas, eles também podem ser encaminhados para o CEO. Lá, nós faremos as biópsias e, em caso de positivo, ele é encaminhado para o cirurgião de cabeça e pescoço”, finalizou.