Por SELES NAFES
Dois ex-funcionários de uma empresa que prestava serviços para a Equatorial Energia do Amapá foram indiciados pela Polícia Civil nos inquéritos que apuram a cobrança de dinheiro para que fizessem vista grossa e não cortassem as ligações clandestinas. Num dos casos, o consumidor chegou a pagar R$ 2 mil, mas acabou sendo multado por outra equipe.
O indiciamento dos eletricistas ocorreu nesta quarta-feira (28). O caso é investigado pelo delegado Nixon Kennedy, da 9ª Delegacia de Polícia da Capital. Dois episódios foram constatados nos bairros Universidade e Nova Esperança, entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano.
No Nova Esperança, para que não tivesse a energia clandestina cortada e não fosse autuado, o consumidor teria concordado em pagar R$ 2 mil. No Universidade, o pagamento foi de R$ 600.
“Eles detectaram a irregularidade na inspeção e cobraram o valor para manter a ligação clandestina. Mas, dias depois, outra equipe da terceirizada foi até a mesma residência e autuou o consumidor, cortando o fornecimento”, explicou o delegado.
O consumidor decidiu comunicar o caso à Equatorial, que determinou que a empresa terceirizada demitisse o funcionário. Em seguida, a concessionária de distribuição encaminhou o consumidor para registrar boletim de ocorrência na polícia. Durante a apuração, outro caso foi descoberto no Nova Esperança.
Segundo Nixon Kennedy, os pagamentos foram feitos na conta da esposa de um dos eletricistas. Os dois foram indiciados por corrupção passiva majorada, pelo fato de serem considerados funcionários públicos.
Contudo, os consumidores também poderão ser indiciados, caso o laudo da Equatorial comprove oficialmente que estava ocorrendo o furto de energia.