Família refugiada da Venezuela passa fome no Amapá

Uma das crianças está desnutrida. A família está de favor em um quarto em uma área de pontes no Universidade
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Por ANDRÉ SILVA

Uma família venezuelana que chegou ao Amapá há 8 dias está tentando encontrar condições para sobreviver. Amélia Almeida, de 26 anos, e seus três filhos vieram para o Brasil fugindo das dificuldades impostas pelo governo Nicolás Maduro.

A família entrou no país por Pacaraima, cidade de Roraima que faz fronteira com a Venezuela, em maio. Lá, conseguiram todos os documentos necessários para permanecer no Brasil.

Eles chegaram ao Amapá há oito dias, trazendo apenas algumas sacolas e as roupas que estavam usando. Sem ter onde ficar, uma venezuelana que mora no estado amapaense há 3 anos viu a situação deles em um grupo de conversa e decidiu ajudar.

Sem fogão, sem geladeira ou ventiladores…

… eles apenas deitam em colchões emprestados

O menino de 9 anos está desnutrido

Lannis Gonçalves, de 49 anos, conversou com uma vizinha que possui vários quartos para alugar em uma área próxima à Universidade Federal do Amapá, zona sul de Macapá, e conseguiu um lugar onde a família pode ficar por um mês.

A vizinha não cobrará o aluguel dos primeiros 30 dias. Apesar disto, o local não tem condições básicas, além de água e luz. Não há móveis, geladeira, fogão nem ventiladores para aliviar o calor. Há apenas dois colchões emprestados. Eles tomam água da torneira e à temperatura ambiente que é aparada em uma garrafa pet de refrigerante. Não têm produtos de higiene pessoal. 

“Vi a situação deles na internet e decidi ajudar. Também passei por muitas dificuldades quando cheguei aqui e fui ajudada”, disse a venezuelana.

Lannis Gonçalves gravou um vídeo para descrever a situação da família em Macapá:

Até esta tarde, eles tinham apenas tomado café da manhã…

… com torradas e margarina doada

Família pede socorro

Uma das crianças, um menino de apenas 9 anos, chegou ao estado desnutrido. Ele ficou internado por alguns dias no Hospital de Santana até receber alta médica.

Amélia, mãe das crianças, está desesperadamente procurando emprego e alimentos para seus filhos. No momento em que esta reportagem estava sendo produzida, na tarde desta terça-feira (20), eles tinham apenas tomado café da manhã.

Para ajudar a família, as pessoas podem ir até o quarto onde os venezuelanos estão alojados, na Rua Amadeu Gama, 1712, Bairro Universidade. Quem preferir, também pode entrar em contato pelo telefone (96) 98417-7362.

Seles Nafes
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