Por ANDRÉ SILVA
A Prefeitura de Macapá capacita profissionais da educação para identificar e combater o trabalho infantil. A ação faz parte de um projeto do Ministério Público do Trabalho (MPT).
A capacitação aconteceu na manhã esta sexta-feira (2), no auditório da Escola Municipal Pequeno Príncipe, centro da capital.
Em 2019, segundo o IBGE, havia no Amapá 3.637 crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil. Esses dados colocavam o Amapá em 2º lugar em trabalho infantil no Brasil.
O MPT entrou em cena para enfrentar essa realidade e por meio do projeto ‘Resgate a Infância’, capacita coordenadores pedagógicos e professores com o objetivo de erradicar o trabalho infantil e estancar a evasão escolar – tendo em vista que essas crianças e adolescentes deixam de estudar para trabalhar.
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Isabela Caldeira, procuradora do MPT em Macapá
“O objetivo é erradicar o trabalho infantil e proteger o trabalhador adolescente, tendo em vista que esses profissionais são os que levam o conhecimento aos alunos em sala de aula”, justificou Isabela Caldeira, procuradora do MPT em Macapá.
A coordenadora do projeto na Prefeitura de Macapá, Marinete Furtado, explicou que os profissionais receberão todas as informações necessárias sobre o assunto e serão multiplicadores na escola onde atuam.
Segundo ela, as escolas promoverão encontros entre os pais e os conselhos tutelares para que o assunto seja difundido.
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coordenadora do projeto na Prefeitura de Macapá, Marinete Furtado
“Nós somos o segundo estado com o maior índice de trabalho infantil. Por isso a importância do projeto. Por meio dele nós podemos diminuir esse índice”, ressaltou a coordenadora.
O professor Rodrigo Barbosa Bastos, disse que já testemunhou situações onde alunos encontravam-se em situação de pedintes.
“Já vivenciei isso com um aluno e observei essa realidade. Eu vejo esse projeto como de suma importância para que a gente possa, não só levar as temáticas por meio das atividades pedagógicas, como também chamar a comunidade à atenção para essa temática que se mostra como um problema social. É preciso que nós, famílias e órgãos competentes, possam tomar as devidas providências para que isso não exista mais. Criança é para estar na escola”, afirmou o professor.
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Treinamento ocorreu na escola municipal Pequeno Príncipe
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Professor Rodrigo Barbosa : “É preciso que nós, famílias e órgãos competentes, possam tomar as devidas providências”
O projeto será desenvolvido em duas fases. Na primeira, os profissionais desenvolvem atividades com os estudantes em salas de aula, voltadas para as categorias conto, poesia, música e desenho.
Já na segunda, acontece a seleção dos melhores trabalhos no município. As atividades são inscritas na premiação estadual e os alunos concorrem a nível nacional na etapa que acontecerá em Brasília.