Por OLHO DE BOTO
O advogado Maurício Pereira, que atua na defesa do motorista envolvido na colisão entre carros que matou a uma mãe a caminho da maternidade com o filho recém-nascido doente, falou com exclusividade ao Portal SelesNafes.com sobre as alegações do cliente.
Maurício Pereira acompanhou o agente de navegação Jairo Williams Tavares de Almeida, na sua apresentação e depoimento à delegada Josimária Coelho, da Delegacia de Acidentes de Trânsito (Deatran) da Polícia Civil do Amapá.
O acusado se apresentou na segunda-feira (5), prestou depoimento e foi liberado. Ele é o condutor da picape Toyota Hilux que bateu na traseira do Fiat Uno onde estava Merian Neres Lourinho da Silva, de 30 anos, com os três filhos pequenos, entre eles, um bebê recém-nascido, no banco traseiro. Ela morreu na hora.
O advogado afirmou que desde horas antes da colisão, Jairo Williams estava jogando futebol em uma associação, no Ramal dos Promotores, que fica na Rodovia Josmar Chaves, onde a colisão ocorreu.
Na saída do local, relata o advogado, Jairo Williams deu carona a um amigo que também participava do jogo. Deixou-o no Bairro Jardim Marco Zero, que também fica às margens da rodovia.
Em seguida, planejava ir para sua residência, no Edifício Condomínio Veneza, no Bairro do Trem, onde a picape que ele dirigia foi periciada pela Polícia Científica.
De acordo com Pereira, as condições da via e do clima foram determinantes para o sinistro.
Segundo Maurício Pereira, somente no outro dia, através das mídias, é que seu cliente ficou sabendo do sinistro e da morte de Merian. Jairo Williams, então, procurou o advogado, que providenciou a apresentação dele na Polícia Civil.
“Ele se apresentou espontaneamente na delegacia, à delegada. Assumiu a responsabilidade, não a culpa, mas a responsabilidade do fato”.
O advogado também informou que o cliente está à disposição em colaborar com a família da vítima, financeiramente, caso aceitem. Entretanto, nenhum contato entre ele e o marido da vítima ocorreu.
Maurício Pereira também garantiu que Jairo não estava embriagado. Contudo, não afirmou que ele não havia ingerido bebida alcoólica antes do ocorrido.
Sobre a fuga do motorista do local – sem que prestasse socorro às vítimas –, o advogado alegou que a força e o estrondo da colisão deixaram o agente de navegação temeroso.
“Ele percebeu que bateu em alguma coisa, mas ficou assustado, não sabia exatamente no que tinha batido, e, devido à escuridão e ao horário, decidiu seguir caminho até o edifício onde mora, momento no qual verificou que a frente do veículo estava avariada e que tinha havido um choque, mas ele não sabia exatamente com o que”.
A data em que o sinistro aconteceu era aniversário de 50 anos do motorista da Hilux. Ele nasceu no Estado do Amazonas, mas reside no Amapá há muitos anos.
A Polícia Civil ainda não se pronunciou sobre o caso, está na fase de investigação. O Portal SN.com soube que, além do depoimento do acusado e da perícia nos veículos envolvidos, a investigação já avançou na obtenção de filmagens, tanto do local do acidente, quanto da associação onde Jairo Williams estava antes da colisão.
A colisão
A colisão aconteceu na madrugada de sábado (3), por volta de 2h30, em um trecho escuro da Rodovia Josmar Pinto, na divisa dos bairros Jardim Equatorial e Pedrinhas, na zona sul de Macapá.
Com a batida na traseira, o Fiat Uno, que seguia no mesmo sentido da picape (centro da cidade), atravessou a via e foi parar próximo a um poste. Merian morreu na hora.
O marido dela, Sidney José Batista da Silva, de 41 anos, que dirigia o Fiat Uno, e as três crianças, de 3 e 8 anos, e o recém-nascido, foram socorridas pelo Samu ao Hospital de Emergências.
Jairo Willians saiu do local sem prestar socorro às vítimas, mas deixou para trás o emblema da marca da picape.
A picape foi encontrada pela polícia no Edifício Condomínio Veneza, no 2º piso, que é destinado ao estacionamento privativo dos moradores. Lá, ela foi periciada pela Polícia Científica.