Por ANDRÉ SILVA
A última audiência pública entre os municípios amapaenses que vai definir as metas do Plano Estadual de Segurança Pública para os próximos sete anos aconteceu na manhã desta terça-feira (6), em Macapá.
Análise preliminar do que já foi colhido em outras audiências aponta que o crime organizado e a falta de projetos sociais são os pontos em comum entre as 16 cidades do Estado.
A audiência pública aconteceu no auditório do Sebrae. Além de órgãos de segurança pública, setores da sociedade civil organizada também estavam presentes.
O presidente da Federação Amapaense dos Conselhos de Segurança Comunitários do Amapá, José Lenil da Silva, apontou que a principal necessidade das comunidades é maior número de policias atuando nos bairros. Principalmente naqueles onde há palafitas.
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Audiência em Macapá foi a última dos municípios. Fotos: André Silva/SN
“A gente tem vários problemas dentro da nossa comunidade, principalmente eu que moro no Congós. Moramos numa área com bastante palafitas e a dificuldade da polícia entrar nesses lugares é muito grande. É aonde mais acontecem as situações”, considerou o presidente.
O secretário adjunto de Justiça e Segurança Pública, Paulo Reyner, explicou que a audiência buscou identificar os problemas enfrentados no setor pelas cidades do estado.
Esses problemas serão elencados em três documentos: política estadual de segurança pública e defesa social, planejamento da Sejusp e Plano Estadual de Segurança pública.
Análise preliminar aponta que venda de drogas e homicídios, comandados pelo crime organizado, estão entre os pontos que mais afligem a população.
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Além de órgãos de segurança pública, setores da sociedade civil organizada também estavam presentes
“Nesses documentos estão estabelecidos as ações e estratégias de curto, médio e longo prazo para que a gente possa identificando esses problemas, ir solucionando-os”, enfatizou o secretário.
A elaboração dos documentos está sendo realizado em parceria com a Universidade Federal do Amapá (Unifap). O coordenador geral do projeto, Allan Jasper, explicou que as equipes do projeto percorreram os 16 municípios coletando as informações diretamente da população.
Preliminarmente, elas identificaram também que o que há em comum entre os municípios é a necessidade de implantação de projetos sociais, como os que já acontece na capital, como Peixinhos Voadores, Bombeiro Mirim entre outro.
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O professor-doutor Allan Jasper, da Unifap, é o coordenador geral do Plano de Segurança
Outra situação é a atuação da Polícia Militar em localidades mais afastadas das cidades.
“Tem comunidade que fica de seis a sete horas de barco, afastada da sede do município. Então, a atuação da PM é muito dificultada. A população tem solicitado que ela consiga ter essa atuação de forma mais ampla dentro dos municípios”, pontuou o coordenador do projeto.
O plano será finalizado até setembro pela Unifap e será entregue à Sejusp. As ações serão implantadas em um período de sete anos.
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Secretário adjunto de Justiça e Segurança Pública, Paulo Reyner, e vice-governador do Amapá, Teles Júnior
“A segurança pública precisa ter esse instrumento para nortear suas atuações. É bom lembrar que a gente já vem de um processo muito pesado no setor, também de aparelhamento como concursos públicos, aumento de efetivo na PM, PC e Iapen. Interessante dessa audiência é que temos os conselhos comunitários presentes e boa parte dos problemas da comunidade é de conhecimento deles”, disse o vice-governador, Teles Junior.