Por SELES NAFES
“2 problemas: pra carregar e pra andar”. Esse tipo de frase no para-brisa de um carro de 2ª (ou 3ª) mão em exposição, normalmente deveria afugentar os compradores por envolver um veículo que precisará de “ajustes”. Contudo, não é o que acontece numa loja no Centro de Macapá, onde o dono decidiu usar um marketing diferente.
O bom humor tem servido não apenas para chamar a atenção para carros em perfeito estado, mas também para demonstrar honestidade sobre a real condição de alguns modelos, como no caso de um UNO 2011. Apesar da quilometragem e da idade, o carro está em perfeito estado e tem “o ar que você precisa”. Já foi vendido.
Outro objetivo é passar a noção de que a loja quer facilitar o negócio com um esforço a mais, como no caso da frase escrita no vidro de um Gol: “aceito carro tirado do rio”.
“Dizem que quando o carro cai no rio não funciona mais. Mesmo assim a gente aceita. Quando vale a pena a gente manda ajeitar. O objetivo é ser transparente e honesto, mostrando que a gente tá aqui para fazer negócio”, diz o bem humorado empresário Diego Castro e Silva.
São de Diego as frases que chamam a atenção de quem passa pela Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd com a Rua Hamilton Silva, onde fica a loja da Park Veículos. O local vende carros novos, seminovos e usados (com bastante quilometragem).
Diego é um ex-vendedor de veículos que queria colocar a criatividade para fora, mas a ousadia assustava o patrão.
“Achavam que a ideia era doida demais, mas eu sempre quis”, lembra.
Hoje, muitos clientes que batem na porta na loja admitem que só se aproximaram por causa das frases engraçadas.
“80% das pessoas dizem que vieram por causa das frases”, garante.
“Se um carro consome bastante, a gente diz que é consumista, que é amigo do frentista. Ou que é duas alegrias: uma quando compra, e outra quando vende. A gente diz que aceita bicicleta de entrada, a sogra ou um casal de patos. As pessoas ficam descontraídas e muitas fecham negócio”, comemora Diego.
Diego diz que não se importa com outras lojas de Macapá que começaram a copiar o marketing.
“Sinal de que está dando certo”, conclui.