Da REDAÇÃO
A Polícia Civil do Amapá faz um importante alerta aos pais sobre o perigo do acesso livre de crianças na internet.
A preocupação se acentuou ainda mais esta semana, após a atuação da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DR-CCIBER), que indiciou um homem de 40 anos em delitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Segundo as investigações, o infrator, que mora em Minas Gerais, instigava uma adolescente de 15 anos do Amapá, a produzir e enviar por aplicativo de mensagens fotos e vídeos pornográficos.
Segundo a delegada Áurea Uchoa, que cuidou do caso, a vítima não escondeu a idade do agressor. Mas, ele dizia a ela que isso não era problema, pois era comum seus familiares namorarem meninas com 11 ou 12 anos de idade.
Tudo teria começado no Instagram e evoluído para o WhatsApp, em novembro do ano passado. A família da adolescente descobriu as conversas apenas em fevereiro deste ano.
O indiciado iniciou o contato de uma forma carinhosa e emotiva, levando a vítima a crer que teriam um relacionamento. Poucos dias depois já solicitou o conteúdo íntimo.
“Para convencer a vítima, dizia que ela era sua namorada, futura esposa e mãe de seus filhos, manipulando-a emocionalmente. Usou ainda o quadro de ansiedade e depressão da menor para receber o conteúdo explícito”, afirmou a delegada.
O homem foi acabou indiciado por ‘agenciar, facilitar, recrutar, coagir, ou de qualquer modo intermediar a participação de criança ou adolescente em cenas de sexo explícito ou pornográfica’, delito previsto no ECA.
A delegada destacou que o caso serve de alerta para que pais e responsáveis por crianças e adolescentes fiquem atentos ao que esses jovens acessam em redes sociais, na internet em geral.
Segundo ela, é crescente a quantidade crimes dessa natureza. A delegada explica que logo que iniciou as atividades, a DR-CCIBER não tinha praticamente nenhum caso envolvendo pornografia infantil.
“Mas nesse ano de 2023, percebemos um aumento nesse número de ocorrências. Antes, passavam-se meses sem termos registros desse tipo. E agora estamos tendo um ou dois casos por semana. E isso não é relacionado apenas às redes sociais, mas também jogos on-line que possuem chats, que é por onde os criminosos estabelecem conversação com essa criança ou adolescente”, informou.
Segundo Áurea Uchoa, as abordagens dos criminosos são as mais diversas possíveis. Eles podem se apresentar como adolescentes, a fim de ganhar a confiança das crianças e jovens. Oferecer vantagens financeiras também é uma tática utilizada. Essas situações ocorrem tanto em redes sociais quanto em jogos online.
A delegada ressalta que os pais e a escola devem ficar atentos aos comportamentos, principalmente se houver mudanças, onde uma criança retraída passa a apresentar agressividade, por exemplo.
Para prevenir esses problemas, Áurea Uchoa sugere que os pais instalem aplicativos gratuitos de controle parental para monitorar as atividades online de seus filhos. Caso seja observado algum comportamento suspeito, é importante retirar o dispositivo das mãos da criança e procurar a delegacia mais próxima para registrar uma ocorrência ou entrar em contato com a DR-CCIBER.
A Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos está localizada no Ciosp da zona oeste de Macapá.