Por IAGO FONSECA
O estudo que vai mapear o potencial de produção eólica e solar no Amapá começou a ser feito nesta segunda-feira (31).
A pesquisa, promovida pelo Instituto Senai de Energias Renováveis (ISI-ER), quer criar um atlas eólico e solar do Amapá, para exploração energética na Margem Equatorial do Brasil – região litorânea entre o Amapá e o Rio Grande do Norte.
O lançamento do projeto ocorreu nesta segunda-feira (31) no auditório do Sebrae, no bairro Laguinho, em Macapá.
A pesquisa vai oferecer informações para criação de um catálogo, que deve ser lançado em 1 ano. O documento é destinado a produtores de energia e objetiva subsidiar informações para atrair investimentos privados na faixa costeira.
Estão instaladas 14 sondas no Amapá, que fazem a medição do potencial eólico Onshore (terrestre) e Offshore (no mar). Além da velocidade e direção dos ventos, esses equipamentos medem o potencial solar por indução global e difusa horizontal.
Os aparelhos estão posicionados nos municípios de Oiapoque, Calçoene, Ferreira Gomes, Macapá, Santana, Laranjal do Jari e Estação Ecológica de Maracá-Jipioca.
Segundo o coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento do ISI-ER, Antônio Medeiros, as sondas utilizadas na pesquisa não afetam o ecossistema das áreas onde estão instaladas porque são alimentadas por módulos fotovoltaicos, que utilizam a luz solar como fonte de energia em uma área de 2 metros quadrados.
“Nesse momento, a gente só faz a avaliação do potencial energético. Não chegamos na fase de avaliação técnica para a implantação, isso é subsequente. As empresas, diante desse estudo que a gente vai entregar, vão poder se deparar com o potencial energético e com os desafios ambientais para tentar viabilizar a implantação desses projetos”, conta o coordenador.
Na Margem Equatorial do Brasil, ISI-ER estima uma capacidade de produção eólica de cerca de 750 Gigawatts. Para se ter uma ideia, esse potencial é 10 vezes a atual produção do Rio Grande do Norte, estado que lidera a produção eólica no Brasil, onde a potência chega a 7,5 GW gerados – além de 1,5 GW na produção solar.
Em 2021, após a crise energética que afetou o Amapá, a proposta de estudo da viabilidade de produção eólica no Estado foi discutida pelo senador Davi Alcolumbre (UB) e o ex-senador do RN, e atual presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates. O investimento de R$ 5 milhões para a pesquisa foi obtido com emenda do senador.
Segundo o governador do Amapá, Clécio Luís (SD), o resultado da pesquisa também será apresentado na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que ocorrerá em Belém, no estado vizinho do Pará, em 2025.
O documento deve inserir o Estado na produção nacional de energia limpa e renovável. Assim, o Amapá poderá mostrar o seu potencial na produção de energia limpa e renovável para todo o país.
Na manhã de hoje também foi realizada a inauguração da estação de medição de potencial eólico e solar de Santana, no polo Senai do bairro Vila Amazonas.