Por OLHO DE BOTO
A mãe da menina que teria sido estuprada pelo próprio pai voltou à polícia para contar outra versão da história, supostamente dita pela criança de 10 anos. Alana Cruz de Moraes, de 27 anos, prestou novo depoimento na Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca) e falou com o Portal SN sobre o assunto. Segundo ela, a menina tentou se vingar do pai porque ele a teria agredido.
Alana confirmou que a menina estava há seis dias de férias na casa do pai, em Macapá, e que recebeu um telefonema da prima da menina relatando o que teria ocorrido. A prima alegou que a menina chorava porque tinha sido estuprada pelo pai.
Ruan da Silva Nunes, também de 27 anos, foi preso ontem em flagrante, quando trabalhava como operário na manutenção de uma rodovia no município de Mazagão. Ele é detento do regime semiaberto e participa de um programa de redução da pena. Tem passagens por roubo qualificado, tráfico e receptação.
Após a prisão, a menina teria chamado a mãe para mais uma conversa. Alana autorizou uso da imagem e divulgação do nome dela, a pedido da advogada.
“Ela me perguntou: se eu te disser uma coisa a senhora não vai me bater? Aí eu já entrei em desespero de novo. Perguntei: teu pai fez algo mais sério contigo? Ela disse: eu menti. Não foi aquilo que aconteceu”, revelou a mãe em depoimento ao Portal SN.
Na nova versão, a menina teria contado que ela e o pai estavam se revezando no uso do celular para navegar nas redes sociais, quando ele teria dado um tapa na filha e dito que não queria ela imitando dancinhas do Tik Tok e do Instagram.
“Ele deu um tapa nela, e disse que não estava na hora dela dar a parte íntima dela (ter relações). Por causa desse tapa ela fez esse transtorno todo. Depois que ele foi preso ela começou a chorar”, comentou.
“Se fosse verdade jamais (passaria a mão na cabeça dele). Eu mesma contratei a advogada para ele não ir para o Iapen. Ele não abusou da minha filha, tenho certeza”, concluiu.
Ruan foi encaminhado para audiência de custódia ainda ontem. O juiz Moisés Diniz determinou a prisão preventiva, baseado exatamente no depoimento da criança que teria relatado que o pai passou as mãos nas partes íntimas dela.
O magistrado entendeu que Ruan não é réu primário (cumpre pena por roubo) e já usou tornozeleira eletrônica. A conversão da prisão teria o objetivo também de garantir a ordem pública. O novo depoimento prestado pela mãe ocorreu a após a decisão na audiência de custódia.