Amapaense procurada por morte de bancário teria comprado soda cáustica antes do crime

Ellen Caroline e Luiz Miranda se conheceram e se relacionaram em Macapá, antes de irem para o interior do Pará.
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Por CAROLINA MACHADO

A amapaense Ellen Caroline de Oliveira Paixão, suspeita de assassinar o companheiro, o bancário Luiz Paula Miranda, continua desaparecida. Ele teria sido envenenado. O crime ocorreu na última quinta-feira (10), em Santa Cruz do Arari (PA), na região do Marajó.

Ela teria comprado soda cáustica e um chip de celular na véspera do assassinato, segundo o mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça do Pará. O documento aponta que a ação foi registrada pelo circuito interno de segurança de um mercado no local.

Na ordem judicial de prisão também consta que no local do crime foi encontrado um frasco de iogurte com a soda cáustica. Na última sexta-feira (11), um exame foi realizado no corpo de Luiz Miranda com a finalidade de investigar se ele chegou a ingerir a substância. O laudo está previsto para ser expedido em 30 dias.

O bancário foi encontrado morto por colegas de trabalho, por volta de 12h do dia 10, em um quitinete. A perícia identificou 37 perfurações de faca no corpo da vítima. As investigações iniciais apontam para crime passional, com Ellen Paixão, ex-moradora de Macapá, como a principal suspeita.

Ellen Caroline de Oliveira Paixão é considerada foragida

Na cena do crime, as equipes de investigação teriam encontrado duas identidades pertencentes à suspeita. Em cada uma delas, a mulher se apresentava com nomes diferentes.

Em um dos documentos, expedido em 20 de abril de 2018, ela se chama Elre Naziane de Oliveira Paixão. No outro, expedido em 21 de novembro de 2022, ela se chama Ellen Caroline de Oliveira Paixão. A polícia analisa os motivos da mudança de identidade, até então aparenta ter sido feita de maneira legal, mas que será peça de análise.

Ellen Caroline é considerada foragida. As autoridades acreditam que ela tenha se evadido do município pouco após o assassinato. Segundo o mandado de prisão, a mulher teria solicitado um veículo, por volta de meia noite, para levá-la até o porto da região, onde embarcou em uma lancha com destino a Belém (PA).

Bancário Luiz Miranda …

… era um enxadrista famoso em Macapá

Por volta das 16h do dia 10 de agosto, Ellen teria ido a uma delegacia em Belém e registrado um boletim de ocorrência informando ter discutido com a vítima por volta de 00h10 desse mesmo dia. Ela teria alegado que Luiz pegou uma faca para ceifar a sua vida, mas que ela havia conseguido desarmá-lo, se defendido e que acreditava ter lesionado a vítima.

O documento relata que o casal se conhecia há anos. Eles estiveram separados por três anos e haviam reatado o relacionamento recentemente.

Em depoimento, um irmão da vítima afirmou que Ellen sempre apresentou comportamento obsessivo por Luiz Miranda e que acredita que a motivação do crime tenha sido por um valor em dinheiro que a vítima teria recebido a título de participação nos lucros da empresa em que trabalhava.

Casal foi junto de Macapá para o interior do Pará

Luiz Paula Miranda era amapaense, tinha 39 anos de idade e fez parte da Academia de Xadrez do Amapá. A entidade reconhece o legado deixado por ele pelos títulos conquistados em competições. A família de Luiz Miranda segue consternada e em busca de justiça.

Elre ou Elen?

O Portal SN.com apurou que Ellen e Luiz se conheceram em Macapá, quando ela se chamava Elre Naziane de Oliveira Paixão. Na capital amapaense, seu último trabalho foi em cartório localizado no Centro, onde atuou por, aproximadamente, 1 ano. Foi lá que, no final de 2022, decidiu trocar de nome, aproveitando a Alteração Imotivada do Prenome, permitida pelo Art. 56 da Lei 6.015/73, na qual não há necessidade de justificativa para alterar prenomes.

Desde então, passou a se chamar Ellen Caroline de Oliveira Paixão, fez a troca de nome diretamente no seu local de trabalho.

A reportagem conversou com uma ex-colega de trabalho de Ellen no cartório. Ela descreveu a foragida como uma pessoa reservada, que não costumava falar da sua vida pessoal, no entanto, tinha bom relacionamento com todos. Era sempre educada.

Na quitinete, a polícia encontrou o documento de identidade atual de Ellen…

… o documento de antes…

“Foi uma surpresa par nós essa notícia”, afirmou a ex-colega de trabalho.

Em junho deste ano, ela pediu demissão, abrindo mão de rescisão e recebeu apenas os dias trabalhados no mês, segundo a fonte consultada pelo Portal SN.

“A saída dela foi justamente para ir com o falecido, ele veio buscar ela, pois eles já tinham um relacionamento no passado. Pelo menos foi o que ela nos falou no dia que foi assinar as papeladas da saída”, contou a ex-colega de trabalho da foragida.

Seles Nafes
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