Audiência Pública discute a criação do Forte Cumaú

Fortificação histórica seria erguida em área no Igarapé da Fortaleza onde ainda há ruinas
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Por JONHWENE SILVA, de Santana

Uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Santana, a 17 km de Macapá tratou da criação do Forte Cumaú, na área situada na margem direita do rio que ‘corta’ o bairro Igarapé da Fortaleza.

A proposição partiu do vereador Mário Brandão, que identificou no local histórico às margens do rio Amazonas, uma enorme potencialidade turística e econômica para a cidade. O empreendimento seria construído onde ainda há ruínas da fortificação histórica – edificada por ingleses ainda no século Século XVII antes mesmo dos portugueses chegaram a Macapá.

Autoridades e representantes da sociedade civil estiveram presentes e viram estudiosos apresentarem fundamentação histórica sobre a área onde ainda restam indícios do antigo forte. Eles destacaram a necessidade de valorização das ruínas que existem no local.

Atualmente, a área pertence a particulares e para que pudesse ser utilizada para a construção teria que ser desapropriada.

Audiência reuniu autoridades e representantes da sociedade civil. Fotos: Jonhwene Silva/SN

Local onde ficava o Forte Cumaú

“É um sonho antigo de toda a população de Santana. Há anos, vejo o pedido de pessoas que sabem que naquela área ainda possuem resquícios do Forte Cumaú. Por isso, é necessário se manter a história do município viva. Estamos plantando a primeira semente de um projeto ousado e que tenho certeza que, com o apoio de todos, ganhará força”, defendeu Mário Brandão.

Entre as propostas apresentadas, está a edificação de um porto para embarque e desembarque de passageiros. Outra ideia seria erguer em toda a área, um completo histórico-cultural, mantendo parte das ruínas que ainda existem.

O prefeito de Santana, Bala Rocha, gostou da ideia e ressaltou que é necessário o poder estadual entrar na discussão e verificar a viabilidade de se adquirir a área.

Arqueólogo Kléber Souza: “Ali está a nossa história e reforça a nossa identidade”

“Eu penso que é uma excelente ideia, mas requer desapropriação da área, buscar recursos e também estudar qual seria o melhor investimento no local. O certo é que tem potencialidade turística, econômica, patrimonial, de lazer, e, principalmente, histórica. Acredito que possamos num futuro bem próximo ter uma área linda aqui mesmo em Santana”, avaliou o prefeito.

Rodrigo da Nóbrega, arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional (Iphan), considera viável a construção. Segundo ele, o espaço possui sítios arqueológicos, por isso, requer atenção nos estudos do projeto de impacto ambiental.

“Logicamente que essa discussão ainda está numa fase inicial, mas sabemos que realmente, há potencialidade na área. Apesar disso, são necessários estudos, os projetos, para que o Iphan possa avaliar a viabilidade da construção do empreendimento. A intervenção na área precisa ser adequada aos sítios arqueológicos ali existentes”, destacou o arquiteto.

Seu José Belo: “Espero que consigam realizar o sonho dos moradores, que é fazer ali um grande e bonito forte “

Quem reside às proximidades do local, considera importante uma destinação correta para o espaço. Seu José Belo, chegou ao Igarapé da Fortaleza em meados de março de 1988. De lá para cá, viu o local ser utilizado para diversos empreendimentos, mas afirma que o sonho da maioria da população é ver a construção do forte, mantendo as características históricas do local.

“Desde que eu cheguei nessa cidade, eu vejo aquele local nas mãos de outras pessoas. Espero que consigam realizar o sonho dos moradores, que é fazer ali um grande e bonito forte para que as pessoas possam visitar, passear e se divertir. Claro, mantendo tudo que ainda existe lá”, afirmou.

O arqueólogo Kléber Souza, considera que a área do forte, representa referência da história do povo santanense e precisa ser mantida.

“Ali está a nossa história e reforça a nossa identidade. A exploração da área requer estudos e que poder público possa intervir para que no futuro, o local torne-se um cartão postal dos santanenses”, ponderou.

Seles Nafes
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