Por SELES NAFES
A direção do Distrito Sanitário Indígena do Amapá e Norte do Pará (Dsei) decidiu ficar em silêncio após o resgate dos servidores que estavam no helicóptero que caiu na floresta amazônica, no Amapá, na semana passada. O Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) da Aeronáutica abriu um procedimento para investigar as causas do acidente.
Num dos vídeos gravados antes do resgate, que ocorreu no último sábado (19), o capitão Josilei Freitas, de 51 anos, que pilotava o helicóptero, falou em perda do funcionamento do rotor. Na gravação, ele mostra que todos estavam vivos, informa que estavam perto de um rio, tinham uma barraca de camping e até uma quantidade de água potável.
Em seguida, ele se dirige até o helicóptero informando que após a pane “catastrófica” no rotor, ele só teve tempo de escolher um local onde havia mais chances de as árvores amortecerem a queda.
“Foi uma pane catastrófica. Nós perdemos rotação de rotor, embora o painel nada apresentou, somente indicador de RPM que foi reduzindo e tocando a buzina”, relatou.
O acidente ocorreu no último dia 16 no município de Pedra Branca do Amapari, quando a aeronave alugada pelo Dsei fazia inspeções em pistas de pouso em áreas indígenas. Dentro estavam, além do piloto, um mecânico e um engenheiro da Funai.
Eles só foram encontrados 3 dias depois, quando o Josilei, que é tenente-coronel, conseguiu consertar o rádio e passar uma mensagem para o GTA, que estava ajudando nas buscas.
Durante todo o período de crise, o Dsei emitiu apenas um comunicado confirmando o desaparecimento da aeronave. A diretora do órgão, Simone Karipuna, tem ignorado todas as mensagens e pedidos de entrevista sobre o tema.
O Cenipa tem 30 dias para emitir um laudo sobre as causas do acidente, e informar à empresa Sagres, dona do helicóptero modelo Colibri. Caberá à empresa a decisão de resgatar ou não a aeronave, que ainda está presa entre as árvores no local da queda.