Da REDAÇÃO
Após sete dias de intensa procura e lotação nos postos de combustível em Macapá, a escassez de gasolina chegou a Santana, o segundo município mais populoso do estado, a 17 km da capital.
A crise já dura uma semana. Após estes sete dias, ainda não se tinha registrado filas nos postos da cidade portuária, no entanto, desde o fim da tarde desta quinta-feira (3), os veículos começaram a se enfileirar no entorno de todos os estabelecimentos.
Durante a espera, alguns consumidores chegaram a comentar que a procura foi estimulada por clientes de Macapá, mas a reportagem não conseguiu confirmar essa suposição. Os preços também permaneceram dentro da normalidade que vinham sendo praticados.
O medo de ficar sem combustível levou as pessoas a fazerem até fila de carotes em posto da Área Portuária.
Cada vez maiores
Em Macapá, que enfrenta a situação desde a sexta-feira (28) passada, as filas estão cada vez maiores. No fim da tarde e começo da noite uma espera quilométrica se formou ao redor de um posto localizado na Rodovia Josmar Chaves Pinto, próximo ao estádio Zerão. O fim da fila estava na passarela da Universidade Federal do Amapá (Unifap).
Em alguns estabelecimentos o trânsito ficou conturbado. Nas redes sociais, fotos e vídeos relatam que a espera chega a quase duas horas.
Causas
O cenário foi o mesmo por toda cidade, durante o dia todo. O Portal SN.com apurou, pela manhã, que a alta demanda de consumo e procedimentos de controle das distribuidoras têm provocado falta do produto em alguns estabelecimentos há uma semana.
As duas distribuidoras de combustíveis que atendem Macapá realizam um procedimento de ‘cadenciamento de adequação’, justamente para evitar o esgotamento do quantitativo mínimo do produto na base. Esse processo reduz a quantidade de abastecimento dos postos até que retorne o equilíbrio de consumo do produto.
A escassez afetou inicialmente os postos que vendem exclusivamente da bandeira de produtos Petrobras. Devido aos protocolos de abastecimento das distribuidoras, não foi possível suprir a demanda desses postos imediatamente. Além disso, algumas empresas possuem contratos para manter reserva mínima aos veículos de serviços essenciais.
Os postos de combustível seguem um procedimento para reabastecer suas unidades. As empresas buscam o combustível na distribuidora em até 24h a partir da compra de reposição.
A propagação de notícias falsas sobre um possível desabastecimento e aumento no preço em grupos de WhatsApp e outras redes sociais são outro fator relevante. As fake news provocaram a ida em massa aos postos de abastecimento. O consumidor, que normalmente abastecia para dois ou três dias, tem enchido o tanque e carotes.
Vídeo: Jair Zemberg