Por IAGO FONSECA
O tradicional, e economicamente importante, ponto de chegada da fruta mais consumida em Macapá, a Rampa do Açaí, vai passar por serviços de ampliação e adaptação. A ordem de serviço foi assinada pelo prefeito Antônio Furlan na manhã deste sábado (19) na orla do bairro Santa Inês, na zona sul de Macapá.
Diariamente, o pequeno porto recebe diversas embarcações com alimentos trazidos por ribeirinhos e comerciantes. O espaço, que ficou pequeno para as sacas de açaí, cubas de peixe e paneiros de camarão, terá a área de atraque ampliada, cobertura em telha metálica, setor administrativo, restaurantes e banheiros com acessibilidade. A previsão de conclusão da obra é para 7 meses.
Até lá, todos os trabalhos costumeiros da rampa serão transferidos para uma área na orla do bairro Araxá, com estrutura temporária para os barcos atracarem e permitir a chegada das mercadorias.
“É fundamental para a valorização dos empreendedores. Dá uma condição de trabalho mais digna para a cadeia produtiva do açaí. Necessitamos dessa reforma para os barqueiros terem uma recepção melhor dentro da atividade”, considera o presidente da Associação dos Batedores de Açaí do Amapá, Antônio Alves.
A comerciante Alcione Moraes vende lanche e frutas todos os dias aos produtores, vendedores e clientes que passam pela orla. Para ela, a adaptação temporária nas vendas preocupa devido ao costume da população para localizar o ponto.
“Achamos difícil, não sabemos como vai ser ali (no Araxá), mas se for para melhorar, tudo bem. Fizemos um cadastro ontem com a prefeitura para continuar vendendo”, explica a empreendedora.
A reforma faz parte do projeto turístico Orla Viva, que busca estruturar a orla de Macapá com praças, áreas de contemplação, quadras de esporte e iluminação. Além das reformas estruturantes, o fomento do turismo e a economia também são objetivos visados.
O investimento é de R$ 7,5 milhões com recursos do município. O local contará com a construção de um píer em concreto armado com 60 metros de extensão para o rio Amazonas, com docas em formato de “T” com 40 metros de largura.
“Eles tiram o sustento daqui, chegam de madrugada e sustentam seus filhos desse trabalho. Macapá tem uma característica peculiar, as chuvas começam de madrugada, por isso colocamos essas tendas e hoje viramos essa chave com essa obra”, enfatizou Furlan.
Segundo a secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Inovação de Macapá (Semtradi), o diálogo com os empreendedores será permanente para acompanhar os trabalhos e dificuldades durante a execução da revitalização.
“Essa oportunidade valoriza de ponta a ponta. Quem está produzindo, quem transporta e processa esse fruto até a nossa mesa”, analisa a secretária municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Marciane Santo.