Mulher flagrada com 33 kg de drogas ficará presa em casa

Drogas estavam na bagagem da passageira, que é moradora do Conjunto Macapaba, em Macapá.
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Por OLHO DE BOTO

A Justiça mandou soltar a jovem de 19 anos que foi flagrada transportando 40 kg de drogas de São Paulo para o Amapá, na tarde de quinta-feira (16). A decisão é do juiz plantonista Marconi Pimenta.

Ana Clara Rocha de Almeida foi presa ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Macapá Alberto Alcolumbre com duas malas grandes recheadas de tabletes de supermaconha.

Na decisão, apesar de concluir que havia provas, materialidade e indícios suficientes de que a jovem praticou o tráfico interestadual de drogas, o magistrado aceitou os argumentos da defesa da acusada, feita pelo advogado Hugo Silva, de que Ana Clara preenchia os requisitos para a prisão domiciliar – assim, não teria que ir para penitenciária.

Entre as argumentações, a que mais pesou foi o fato dela ser mãe de uma criança de 6 meses de vida, a quem ainda amamenta.

Os policiais encontraram com ela duas malas grandes cheias de tabletes de skunk

“Há a necessidade de cuidados para com seu filho menor de idade, com seis meses de vida e em estado de amamentação. A custodiada é a pessoa responsável pela criação do infante, estando hoje aos cuidados de terceiros. Dessa forma, é razoável a concessão da prisão domiciliar”, considerou o juiz.

Presa em casa, Ana Clara terá que usar tornozeleira eletrônica até próxima ordem da justiça. Junto com o monitoramento de sua localização, outras restrições foram, também, impostas, como não mudar de residência sem prévia autorização, permanecer todo o tempo em sua residência, a não ser para atendimentos hospitalares

O juiz também autorizou a PF a fazer uma devassa no celular de Ana Clara, podendo a pericia acessar imagens, vídeos, e-mails e até conversas nas redes sociais.

O crime

Segundo o inquérito policial, Ana Clara confessou que recebia R$ 3 mil por cada viagem. Ela contou às autoridades que ficou hospedada em uma pousada em Campinas (SP), a 100 km da capital paulista até um homem desconhecido fazer contato.

Ele avisou para ela buscar as malas em frente à pousada. Ana afirmou não saber o conteúdo das malas, pois estavam com cadeados. Ela também alegou que não sabia para quem iria entregar as malas em Macapá, pois ainda iria aguardar o contato.

Os 44 tabletes de supermaconha pesaram 33 kg. Foto: Ascom/PF

Vida pobre

O caso de Ana Clara é mais um daqueles assédios feito por traficantes de drogas, que costumam aliciar jovens desempregados com promessa de dinheiro fácil.

À polícia, Ana se declarou como indígena. Ela disse ser manicure iniciante e que, em média, faz apenas R$ 100 por semana com os serviços.

A garota mora numa região periférica de Macapá, na zona leste, numa casa de apenas 2 quartos, que são divididos por ela, o filho e outros seis familiares, todos desempregados ou trabalhando informalmente.

Antes disso, nunca havia sido presa ou se metido em confusão. Ela contou que começou a fazer o transporte de droga sem saber do que se tratava, a convite de uma amiga, que lhe disse que o serviço era apenas para fazer transporte de bagagens de uma cidade para outra. Na segunda viagem, caiu.

Seles Nafes
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