Por CAROLINA MACHADO
Numa das últimas ações do Agosto Lilás, que visa intensificar o enfrentamento à violência contra mulher, a tradicional blitz educativa organizada pela coordenação da campanha contou este ano com a ajuda de quem já pelo problema.
A pastora Simone Coelho não esconde que foi vítima de violência física e psicológica dentro de um relacionamento abusivo. Ela conta que chegou até a sofrer tentativa de feminicídio numa noite de Natal.
O triste capítulo ocorreu há 17 anos, mas as marcas da violência que ela carrega pelo corpo até hoje não deixa esquecer que nenhuma mulher deve permitir os abusos pelos quais ela passou.
“Quando tentei acabar com o relacionamento, o meu ex tentou me matar com golpes de faca numa noite de Natal. Até hoje tenho as marcas, mas estou aqui para dar uma palavra de força para as mulheres”, relatou.
A ação foi realizada nesta quarta-feira (30), na rua Cândido Mendes, em frente ao Mercado Central de Macapá.
Agentes da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres distribuíram leques informativos a motoristas que trafegavam no local com o intuito de promover a informação e combate à violência doméstica.
De acordo com a coordenadora de Políticas para as Mulheres, Socorro Marques, neste ano foram registrados no Amapá 21 tentativas de feminicídio e 5 consumados, o que, para ela, é um número preocupante.
“Esse número nos preocupa. Apesar da Lei Maria da Penha, existe muito a ser avançado. Devemos ser incansáveis na realização de palestras, debates e ações sobre o tema. Só assim para diminuirmos ou até mesmo zerar este número”, declarou.
Em frente ao Mercado Central foram montadas 17 cruzes que simbolizam os 17 anos da Lei Maria da Penha. Nelas haviam frases de impacto que em geral são ditas às mulheres por agentes que cometem violência psicológica.
“Tudo isso para orientar e conscientizar as mulheres que essas frases são sim violência contra elas”, informou a coordenadora.
Em caso de identificação de violência doméstica o cidadão pode denunciar para os números 180 (Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) ou 190 (Polícia Militar).