Transposição: após 5 anos de espera, professor fala em ‘sonho realizado’

Na cerimônia de hoje, mais 114 trabalhadores do ex-território do Amapá foram são incluídas no serviço público federal.
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Por IAGO FONSECA

“A cada dia que passava aquela expectativa aumentava e agora o sonho está se concretizando”, declarou em euforia o professor Jair Maurílio, de 54 anos, na manhã desta sexta-feira (25). Ele é um dos 114 servidores federais do ex-território do Amapá, que voltam a compor o serviço público do estado, remunerados pela União. A solenidade de nomeações ocorreu no Palácio do Setentrião, no centro de Macapá.

Jair é professor na escola estadual Fagundes Varela, no município de Mazagão, a 35 km de Macapá. Ele atua na educação desde 1989 e aguardava a nomeação há cinco anos, quando protocolou documentação necessária em 2018.

“É uma emoção grande, será uma estabilidade maior e a sociedade vai ganhar 114 servidores voltando a ativa, contribuindo com os seus trabalhos. Pessoalmente também vamos ganhar porque vai agregar mais um valor financeiro na nossa economia familiar”, conclui o professor.

Durante a solenidade, o produtor cultural Rudá Carvão Nunes, de 72 anos, filho do primeiro governador do Amapá, Janary Nunes, foi o primeiro a receber a portaria de nomeação pelo governador do estado, Clécio Luís (SD) e o senador Randolfe Rodrigues (sem partido).

Professor Jair Maurílio atua na educação desde 1989 e aguardava a nomeação há cinco anos

Rudá recebe sua portaria pelo governador Clécio, senador Randolfe e a secretária da transposição, Anne Marques. Fotos: Iago Fonseca/SN

“Remamos contra a maré por 5 anos, mas estamos felizes e extremamente gratos. Tenho certeza que todos os equívocos anteriores do governo federal e a nova comissão em Brasília vão dar mais celeridade na transposição. Nós fomos cobaias da próxima PEC”, brincou Rudá.

Os 114 novos servidores da transposição foram distribuídos para setores do estado conforme as habilidades, vivências pessoais e profissionais, após entrevistas com as secretarias de Administração e da Transposição.

A transposição é o processo de inclusão, como funcionários da União, de servidores que trabalharam até 1993 nos ex-territórios do Amapá, de Rondônia e Roraima, passando a ter todos os direitos trabalhistas garantidos. Isso ocorre 35 anos após os territórios se tornarem estados brasileiros.

No Amapá, só em 2023 mais de 2,2 mil amapaenses, servidores estaduais e municipais, passaram a integrar o quadro federal, segundo Randolfe. A ampliação do período da transposição para servidores até 1998 será votada pelo senado em 12 de setembro.

Randolfe: “é um reconhecimento aos fundadores do Amapá”

“Essa emenda constitucional é um reconhecimento aos fundadores do Amapá. Os que estão aqui emprestaram seu sacrifício, sua luta, para a construção do território e do estado. Após estendermos a transposição para 1998 vamos concluir a missão e incorporar mais 30 mil amapaenses no quadro”, afirma o senador.

Para Clécio, a transferência desses servidores promove uma redução nas despesas com as folhas de pagamento do estado e dos municípios, bem como traz recursos federais para a melhorar a economia e o comércio local.

Para Clécio, a transferência desses servidores promove uma redução nas despesas com as folhas de pagamento do estado e dos municípios

“São muitas famílias mais felizes e consumindo no nosso estado. Teve todo um trabalho de preparação, acolhimento e designação para recebê-los. Todos eles trazem experiência no poder público, nos cargos comissionados e até mesmo nas iniciativas privadas”, conclui o governador.

Seles Nafes
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