Por SELES NAFES
Cerca de 2 mil funcionários da Jari Celulose voltaram às atividades, nesta segunda-feira (21), depois de mais de um ano de paralisação. A empresa vinha mantendo o vínculo empregatício, mas pagou somente um mês de salário, segundo informou o sindicato da categoria.
Afundada em dívidas de quase R$ 1 bilhão e com dificuldades para manter a produção, a Jari Celulose paralisou as atividades em agosto de 2022.
A crise causou um efeito em cascata na região do Vale do Jari, composta pelos municípios amapaenses de Laranjal e Vitória do Jari, e da cidade paraense de Almeirim, onde está a planta da fábrica. A maioria dos trabalhadores mora no Amapá.
Além dos quase dois mil funcionários próprios, quase 3 mil trabalhadores de empresas terceirizadas foram demitidos quase a crise se agravou.
Na última quinta-feira (17), os trabalhadores foram convocados pela empresa para uma reunião, e aceitaram retornar nesta segunda, apesar do longo período sem salários.
“Estamos com esperança, apesar de que a Jari não é uma empresa muito transparente”, comentou ao Portal SN o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Jari, Odeilson Cardoso.
A maioria dos trabalhadores compareceu hoje pela manhã na fábrica.
“Todos demonstrando engajamento e força para voltar, sentindo-se comprometidos com esse momento importante. Os funcionários estavam ativos nos nossos quadros”, explicou o gerente administrativo da Jari, Robson Souza, em entrevista ao jornalista Dalton Pacheco, que atua em Laranjal do Jari.
Apesar do retorno, a produção de celulose para exportação ainda não será retomada, e não há data certa para isso.
“Fizemos um planejamento estratégico para retomada e iniciamos em dezembro até janeiro, onde a gente concluiu grande parte das manutenções. Nessa segunda etapa vamos consolidar essas melhorias e está com expectativa de voltar a produção rapidamente”, gerente de manutenção, Davidson Nascimento.
Por enquanto, a empresa quitou apenas o salário de julho, além de benefícios e férias.