Por IAGO FONSECA
Em busca de facilitar o diagnóstico, tratamento de lesões e detecção de sintomas de câncer de boca, cabeça e pescoço, o aplicativo “Tele estomato Amapá” foi lançado na manhã desta quarta-feira (20). A tecnologia é uma parceria entre o governo federal, estadual e a Universidade Federal da Paraíba.
O fundador da ONG Carlos Daniel, Agenilson Silva, presidente da entidade que apoia famílias e crianças que tratam o câncer fora do estado, acompanhou a apresentação da ferramenta no Palácio do Setentrião, no centro de Macapá. Para ele, a iniciativa é primordial para o diagnóstico precoce da doença.
“Nós sabemos da dificuldade que o estado tem em ter profissionais especializados, então, esse aplicativo de telemedicina vem dar um avanço. Já que não podemos trazer esses profissionais aqui, que tenhamos o atendimento remoto”, declarou Agenilson.
A plataforma permite que os profissionais da saúde nos interiores atendam a população amapaense, em especial as ribeirinhas e das zonas rurais, com acesso simplificado e imediato a serviços de consultas, exames e acompanhamento à distância no Amapá.
A aplicação funciona diretamente no navegador, sem a necessidade de instalação no dispositivo. Desenvolvido por alunos e professores da Universidade Federal da Paraíba, a proposta é que médicos e enfermeiros possam fazer o registro de fotos e descrever as características observadas para que um consultor possa dar o diagnóstico à distância.
Para o professor Édson Hilan, um dos coordenadores do projeto, o aplicativo também pode ser utilizado por agentes comunitários de saúde em visitas domiciliares, evitando deslocamento desnecessário de pacientes.
“Aquele agente que pega uma situação clínica com uma alteração e não sabe o que fazer, ele tira foto, manda para via aplicativo e recebe retorno de um especialista para acompanhar o atendimento”, afirma o professor.
São quatro funções disponibilizadas para rastrear e agilizar o diagnóstico, facilitar a mobilidade dos usuários, criar um banco de investigação científica e um meio de troca de experiências entre profissionais da área.
O acesso é livre para todos, entretanto, para a população em geral, somente estão disponíveis orientações sobre onde buscar atendimento e agravos pelo uso excessivo de álcool e cigarro, segundo Cássia Klein, coordenadora estadual de Saúde Bucal.
“É voltado para lesões da cavidade oral, não necessariamente do câncer de boca. O foco é estabelecer um diagnóstico precoce, quanto mais tivermos profissionais utilizando maiores são as chances de ter um tratamento imediato. Esse aplicativo vem para revolucionar os atendimentos de saúde bucal, especialmente aqueles em estomatologia”, conclui a coordenadora.
A ferramenta é pública e já está em uso por 13 profissionais no estado, que estão capacitados para orientar outros agentes, que não são dentistas, para de que maneira se dará o atendimento e onde buscar.
A partir desta tarde, agentes de saúde estaduais e municipais receberão treinamento sobre a utilização do aplicativo, segundo a cirurgiã-dentista e primeira-dama, Priscila Flores.
“Eles irão aprender e multiplicar esse treinamento para dentistas nos municípios, dando orientações sobre como fazer uma biópsia, por exemplo, ou para onde encaminhar o material”, concluiu a cirurgiã.
O app foi desenvolvido durante a pandemia e já está disponível nos estados da Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e no Amapá, o primeiro a receber o sistema na Região Norte.