Após 9 dias, amapaenses velejam mais de 1.400 km

Improvisos, bancos de areia e cabanas abandonadas marcam a aventura de Natal, no Rio Grande do Norte, até Macapá, no Amapá.
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Por IAGO FONSECA

Continua a jornada alucinante pelo litoral brasileiro dos amapaenses Eliton Franco e Francimar Santos – Chumbinho, ambos de 45 anos. Em uma semana, a dupla velejou por mais de 1400 km entre quatro estados, em busca do recorde por 2200 km em 13 dias, com destino a Macapá.

Inicialmente um trio com o paraense Marcelo Gonçalves, a dupla veleja em média de 180 a 220 km por dia. Após cortar o pé, Marcelo bateu a prancha em um banco de areia na terça-feira (19) que danificou o mastro do hidrofoil, impedindo que seguisse na viagem.

“Estamos um pouco cansados, abatidos, mas a mente está ótima. Mesmo com o cansaço estamos confiantes e focados no objetivo, chegar nas águas barrentas do rio Amazonas e sair do oceano Atlântico”, declarou Eliton.

No sábado (23), as pranchas ficaram presas em redes de pesca e quase foram levadas por pescadores. Após recuperarem, seguiram viagem até a praia de Macapá, no Piauí, onde descansaram.

A prancha de Eliton foi comprometida no domingo (24), quando um buraco se abriu no local de encaixe dos pés, causando ferimento nos pés e prejudicando o velejo. Depois de consertarem de forma improvisada, seguiram para o Maranhão.

“Cada vez mais estamos indo em direção a nossa casa, a nossa terra, então o percurso já não é muito diferente do que estamos acostumados”, concluiu o atleta.

Desde o domingo (17), os velejadores já passaram pelos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e agora passam por Maranhão. A dupla passou pelos Lençóis Maranhenses durante a segunda-feira (25).

A prancha de Eliton foi comprometida …

… quando um buraco se abriu no local de encaixe dos pés. Fotos: Eliton Franco

Isolados, eles dormiram em uma cabana abandonada, informando o paradeiro e condições de saúde pelo ‘spot’, o comunicador via satélite, com os familiares e amigos que acompanham em tempo real a localização dos atletas.

Na manhã desta terça-feira (26) chegarão até a capital do Maranhão, São Luís, onde poderão recarregar os dispositivos de localização e manter uma alimentação mais confortável.

Quando seguirem viagem, devem enfrentar regiões com algas, manguezais, animais marinhos e terrestres e as baías do Marajó durante mais quatro dias, até chegar em Macapá no sábado (30).

Isolados, eles dormiram em uma cabana abandonada

O recorde

O trio de velejadores busca bater o recorde mundial de 2.200 km sem apoio náutico, entre seis estados no litoral brasileiro. A prática de velejo com hidrofólio sem acompanhamento por embarcações é inédita.

Os atletas velejam a 20 km distantes do litoral apenas com água potável, ração humana, medicamentos e equipamentos de localização via satélite.

Após a saída de Macelo, Eliton e Chumbinho prosseguem no desafio

Com previsão de avanço de 200 km por dia, em velocidade média de 30 km/h, eles fazem pausas em praias e florestas para se alimentar e descansar durante a parte da tarde e à noite, quando os ventos fortes e escuridão impedem que a viagem prossiga.

Viajam com um aparelho de mapeamento cartográfico e um comunicador para envio e recebimento de mensagens via satélite com botão ‘SOS’, que notifica familiares, a Marinha e outras autoridades para eventual resgate.

Seles Nafes
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