Por SELES NAFES
A defesa do capitão reformado da Polícia Militar do Amapá que matou outro oficial da corporação numa briga de trânsito, em 2022, tenta adiar o julgamento do caso, marcado para o próximo dia 23 de outubro. O primeiro pedido foi negado.
Um dos três advogados contratados alega que precisa estar em outro julgamento na cidade de Marília (SP), no dia 25 de outubro, dois dias depois do júri em Macapá. O advogado João Ricardo Batista de Oliveira pediu a redesignação do julgamento do capitão Joaquim Pereira da Silva, de 62 anos, para 31 de outubro.
Ao avaliar o pedido, a juíza Lívia Simone, do Tribunal do Júri de Macapá, avaliou que o advogado é apenas um dos três contratados, e que ele terá tempo hábil (2 dias) para participar do júri em SP.
Além disso, segundo ela, o adiamento poderia prejudicar o julgamento de outros processos que envolvem múltiplos réus e testemunhas.
“A alteração na pauta ensejará prejuízo financeiro para o tribunal, o qual arcará com as novas diligências. Ademais, tais diligências a serem cumpridas em curto espaço de tempo poderão comprometer a efetivação das intimações e consequentemente a realização dos júris”, comentou ela.
A magistrada ressaltou também que a transferência geraria novas despesas para o judiciário, já que novas diligências para intimações teriam que ser realizadas, e que o curto prazo poderia “comprometer a efetivação das intimações e consequentemente a realização dos júris”.
Na manhã do dia 24 de fevereiro de 2022, o capitão reformado disparou várias vezes contra o HB20 do tenente Kleber dos Santos, de 42 anos, durante uma briga de trânsito. O tenente morreu com um tiro na cabeça. O filho de 4 anos que ele levava para a escola estava no banco de trás, mas saiu sem ferimentos.
Em março deste ano, a justiça negou mais uma vez o pedido para que o capitão responde em liberdade. A defesa alegou que ele precisa de tratamentos médicos que não existem no Centro de Custódia. A mesma juíza Lívia Simone negou o pedido ressaltou que o centro já tinha permitido a entrada de aparelhos necessários para o tratamento do preso.
O júri do caso foi mantido para o dia 23 de outubro, às 8h, mas a defesa ainda poderá recorrer ao tribunal.