Por IAGO FONSECA
Após assumir administrativamente o comando de duas empresas de transporte público na capital amapaense, a Prefeitura de Macapá explicou, em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (22), como funcionará o sistema de ônibus que atende cerca de 40 mil usuários na cidade.
A Companhia de Trânsito de Macapá (CTMac) irá gerenciar por 90 dias os setores administrativo, mecânico e financeiro das empresas Capital Morena e Amazontur.
Inicialmente, 7 veículos já estão rodando no sistema e mais 5, recuperados em uma balsa na quinta-feira (21), devem ser colocados em circulação no decorrer do dia. Serão 26 ônibus operados pelo órgão.
“A intervenção pode durar menos ou mais dias, dependendo da estabilização dos serviços. A prefeitura vai gerenciar garagem, manutenção, itinerários e salários dos trabalhadores”, declarou o prefeito Antônio Furlan.
Após a regularização, os veículos serão devolvidos para os proprietários das empresas. Eles poderão operar novamente na cidade caso atendam aos critérios estabelecidos pelas ordens de serviço.
Ainda segundo o prefeito, 10 ônibus da empresa Deciclo devem chegar ao município até a próxima semana, com mais 30 veículos a caminho. Além disso, a empresa Expresso Macapá voltou a seguir a ordem de serviço com inclusão de 28 veículos nas ruas, com disponibilidade para aumento da frota.
Para o Sindicato dos Rodoviários (Sincottrap), sem o movimento deles não haveria ônibus na cidade e a administração das empresas é feita pelos trabalhadores. A entidade pediu garantias de direitos e emprego na nova empresa.
“No Macapaba há milhares de famílias e só tem um carro. Nunca deixamos de atender a população, mesmo com os ônibus sucateados”, declarou o vice-presidente do Sincottrap, Max Delis.
A Sião Thur foi a única que formalizou a saída do sistema macapaense, após 20 anos operando na cidade. O chamamento de empresas para operar na cidade segue ativo e tem prazo de um ano. Qualquer empresa que queira prestar o serviço poderá se cadastrar, segundo a CTMac.
Em relação a medidas punitivas e judiciais, a companhia afirmou que as empresas que não cumpriam os serviços foram notificadas, multadas e que medidas mais drásticas como fechar garagens não foram feitas para não prejudicar os usuários.
“O serviço público é uma concessão. Serão 26 ônibus circulando sob nossa gestão”, afirmou a procuradora da CTMac, Patrícia de Almeida.
Os obstáculos na execução de uma licitação do transporte público já perduram há pelo menos 30 anos, segundo o promotor de justiça do Ministério Público Estadual, André Araújo.
“É necessário ocorrer a licitação para haver um contrato, com fiscalização dos serviços e garantias”, concluiu o promotor.