Por CAROLINA MACHADO
O professor de matemática, Raimundo Nascimento, de 72 anos, comemora a vitória de 3 alunos seus nas Olimpíadas de Matemática, um projeto nacional dirigido às escolas públicas e privadas brasileiras.
No dia 4 de setembro os estudantes receberam medalha de bronze ganha na competição em 2020. Por conta da pandemia da Covid-19 eles não puderam receber a premiação naquele ano.
A entrega aconteceu na Universidade Federal do Amapá (Unifap), onde o professor recebeu uma condecoração por ter contribuído com os alunos. Os jovens são da Escola Estadual Coelho Neto, localizada no Bairro Buritizal em Macapá, onde Raimundo Nascimento lecionava até o ano passado. Atualmente, ele se encontra em processo de aposentadoria.
O portal SelesNafes.com conversou com esse professor dedicado, que falou do orgulho de ter contribuído na conquista dos jovens estudantes. Ele também falou um pouco da sua carreira e do amor pela matemática. Acompanhe:
O que o senhor sentiu ao ver 3 alunos seus recebendo essa premiação?
Eu me senti muito emocionado porque fui professor desses alunos por muito tempo. Eles sempre foram muito aplicados e conseguir uma medalha em meio a milhões de alunos nos traz muita emoção. Sempre me esforcei ao máximo para incentivar todos os meus alunos e dar o meu melhor em sala de aula. Então, um resultado como esse é sempre muito gratificante na vida de qualquer professor.
Como é lecionar matemática?
Eu amo fazer isso. É a minha paixão. Após estudar no antigo IETA, eu fiz vestibular para Matemática na Universidade Federal do Amapá, onde me formei. Depois disso, fiz o concurso para trabalhar. E daí pude dar o sustento da minha família.
Como foi que o senhor percebeu que gosta de matemática?
Eu gosto da matemática desde pequeno. Lembro que quando o professor colocava o conteúdo no quadro, eu logo conseguia entender. Muitas vezes eu terminava o exercício antes dos outros alunos e, quando o professor ia corrigir, ele via que estava tudo certo. E foi aí que vi que eu tinha jeito para a matemática e gostando dela.
O senhor considera a matemática essencial na vida das pessoas?
Ela faz parte da vida diária de todo mundo. As vezes nem percebemos, mas ela está lá. Ela está inserida em nossa vida o tempo todo, gostando ou não. Ela é tão essencial que está em todas as áreas. E digo mais: a pessoa quando é boa de português ela vai ter uma facilidade em matemática, porque a matemática é toda cheia de problemas e, para resolvê-los, a gente tem que ler muito até entendê-lo. Tudo é uma questão de interesse.
E para quem não gosta da disciplina, qual a dica para elas começar a gostar um pouco?
É praticar. A partir do momento que uma pessoa começa a aprender e ir resolvendo e acertando os exercícios, ela passa a gostar.
Seus alunos, em geral, se identificam com a matemática?
Nem todos. Mas a gente tem um jeitinho de trabalhar com aqueles que tem dificuldades. E isso ajuda muito a fazer eles se interessarem e gostarem.
Em quais escolas o senhor atuou em Macapá?
Na escola Augusto dos Anjos, no Laguinho, na Cecília Pinto, no Muca, na Antônio João, no Santa Rita, na Josefa Jucileide, no Nova Esperança e, por último, a Coelho Neto, no Buritizal.
Quantos alunos o senhor já teve nesses 30 anos de profissão?
Não tenho ideia. Mas foram muitos alunos. Por onde eu passo, eu sempre encontro alguém que foi meu aluno ou aluna. Para ter ideia, dei aula para três gerações de uma mesma família e me sinto muito orgulhoso por ter contribuído com a educação de muitas pessoas no Amapá.