Caso Kleber: começa o julgamento do major da PM que matou tenente

O policial reformado Joaquim Pereira da Silva acusado de matar o tenente da PM do Amapá, Kleber dos Santos Santana.
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Por IAGO FONSECA

O julgamento do major da reserva da Polícia Militar do Amapá, Joaquim Pereira da Silva, de 63 anos, acusado de matar o tenente Kleber dos Santos Santana, de 42 anos, também da corporação, há um ano e oito meses, iniciou na manhã desta segunda-feira (23).

Ao longo do dia, tribunal do júri, composto por 7 membros sorteados, ouvirão seis testemunhas no Fórum Desembargador Leal de Mira, no centro de Macapá, com debates entre os advogados. O acusado está presente na sessão.

Familiares e amigos da vítima e do acusado, bem como estudantes de direito acompanham o julgamento. Antes de entrar no tribunal, a mãe de Kleber, Creusa Santana, de 64 anos, afirmou ao Portal SelesNafes.com que espera por justiça. A família do major acusado não se manifestou.

“Nossa família está aqui, não é fácil, o que esperamos é justiça. Nos unimos numa luta muito dolorosa, muito forte e muito limpa. Fomos abraços pelo povo do Amapá e hoje estamos aqui para esperar essa resposta”, declarou a mãe.

O réu, major Joaquim Pereira da Silva

Defesa do acusado é composta pelo advogado João Ricardo Batista e as advogadas Carla Regina Novaes de Souza e Cláudia Soleira

O julgamento decidirá qual tese será acatada pela justiça, de homicídio ou legítima defesa, segundo o advogado da família de Kleber, Marcelino Freitas.

“A defesa alega que a vítima estava armada e o ameaçou, fazendo que houvesse uma ação de legítima defesa. Nós queremos mostrar que foi um homicídio puro, simples e covarde. Não deixaremos que uma pessoa dessa, desequilibrada fique à solta e impune”, afirmou o advogado assistente de acusação, Marcelino Freitas.

Segundo o advogado de defesa, João Ricardo Batista, a decisão deve ser realizada em um dia, mas a equipe composta por três advogados está disposta a prolongar o processo para provar a inocência de Joaquim.

Advogado assistente de acusação, Marcelino Freitas

Familiares e amigos da vítima acompanham o julgamento

“Todas as forças de investigação reconheceram que ele não deu disparo do lado de fora, como veiculado anteriormente. Temos o reconhecimento de uma absoluta legítima defesa”, reforçou a defesa.

Até a metade da manhã, o cunhado do tenente Kleber, Jones, foi ouvido pela juíza, advogados e membros do Ministério Público do Amapá, autores do processo.

Sessão está lotada

Caso Kleber

Em um cruzamento no centro de Macapá, entre a Rua Odilardo Silva com Avenida Cora de Carvalho, na manhã de 24 de fevereiro de 2022, uma discussão no trânsito levou à morte do tenente Kleber, enquanto levava o filho Paulo, de quatro anos, para a escola.

Quatro tiros foram disparados pelo major aposentado Joaquim Pereira da Silva, um deles acertando a cabeça de Kleber. A criança estava no banco de trás do veículo.

Segundo o acusado, Kleber o teria ameaçado com uma arma de dentro do veículo. A cena foi registrada parcialmente por câmeras de segurança, mas não exibem a suposta ameaça

Seles Nafes
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