Por IAGO FONSECA
Dezesseis candidatos aos conselhos tutelares das zonas Norte, Sul e Oeste de Macapá denunciaram ao Ministério Público do Amapá, nesta sexta-feira (6), uma série de supostas irregularidades na apuração da eleição ocorrida no último domingo (1). Eles pedem medidas urgentes para investigar indícios de fraude na computação do resultado, suspensão da homologação dos eleitos, ocorrida na quarta-feira (4), e realização de nova votação sob coordenação do Ministério Público e Tribunal Regional Eleitoral.
Para o grupo, houve “inconformidades” e falta de seriedade na contagem de votos feita pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, iniciada às 18h do dia 1º e concluída às 3h de segunda-feira (2).
“O TRE só emprestou as urnas para a comissão, não é (apurado) no sistema deles. Não sabemos quantos votos tivemos na realidade. Teve candidata que os votos sumiram. O voto do eleitor não vale, nem a urna, eles (comissão) dizem que o nosso povo nos traiu”, afirmou a candidata da Zona Norte, Nete Cardoso.
Segundo o candidato Cirão, também da Zona Norte, durante a apuração ele ficou posicionado em quarto lugar com 1,4 mil votos, porém, quando iniciaram as contagens manuais, seus votos teriam sido reduzidos para 137.
Já a candidata Marília Costa, alega que seus 158 votos sumiram e seu nome não apareceu mais na lista de candidatos.
Denúncias
Os candidatos eleitos no domingo foram apresentados oficialmente pelo Ministério Público Estadual e pela Comissão do Processo de Escolha na quarta-feira (4) durante coletiva para a imprensa. Na ocasião, o presidente da comissão, Ronaldo de Souza, declarou que os boletins impressos pelas urnas são comparados manualmente com os dados digitais da máquina.
“Todos os votos foram contados, os boletins de urna estão à disposição no conselho. Os que se sentiram prejudicados já entraram com ações solicitando recontagem e estamos dando o direito deles dentro do prazo cabível de 5 dias”, esclareceu o Ronaldo.
Segundo o presidente, o processo unificado foi realizado em 10 escolas com mais de 43 mil votantes. A escolha dos conselheiros tutelares em todo o estado contou com auxílio do Ministério Público do Amapá, do TRE e das prefeituras municipais.