Por IAGO FONSECA
Mais de 100 celulares, além de armas brancas e porções de drogas, foram apreendidos em três dias no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). A revista em pavilhões iniciou na segunda-feira (16), como parte da operação nacional Mute (mudo em inglês), que busca combater a comunicação ilícita em 76 penitenciárias do país.
Até a sexta-feira (20), policiais penais farão vistorias em todos os pavilhões do sistema prisional do Amapá, com foco nas áreas identificadas como vulneráveis pela instituição. As atividades são coordenadas pela Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“Estamos fazendo a revista de vários pavilhões durante a semana. Iniciamos na segunda-feira com dois pavilhões, que avaliamos como os mais vulneráveis. Ontem, fizemos ações estratégicas e hoje demos continuidade no pavilhão com o maior número de presos no regime fechado”, explicou o diretor do Iapen, delegado Luiz Carlos Gomes Júnior.
O foco são os aparelhos celulares, principal ferramenta de articulação do crime organizado dentro da prisão, de onde partem os comandos para crimes nas ruas. A operação integrada com o governo federal foi planejada há cerca de um mês. A penitenciária recebeu visitas de policiais penais federais que avaliaram as estruturas internas e procedimentos de segurança, segundo o diretor.
“Durante essa preparação fizemos várias medidas de reorganização e treinamento com os policiais penais do Amapá. Ainda no planejamento fizemos o controle do mato externo e renovação de 100% da iluminação da área externa por meio de uma parceria com a companhia de eletricidade”, declarou.
Além dos celulares e drogas, foram apreendidos controles de videogames, sem os consoles. O diretor não soube explicar a utilidade deles, mas informou que os televisores são permitidos em alguns pavilhões.
“Uma das principais entradas de objetos são os arremessos pelo muro, mas também trabalhamos com as possibilidades de facilitação por servidores, casos de corrupção interna. As medidas deste mês focam na questão estrutural e revisão de procedimentos da entrada de objetos por pessoas”, concluiu o delegado.