Por IAGO FONSECA
Os dois homens acusados de estupro coletivo contra uma jovem de 23 anos prestaram depoimento na Delegacia das Mulheres no último fim de semana, em Macapá. A vítima conseguiu uma medida protetiva por meio de seu advogado.
O crime teria ocorrido na madrugada do último dia 23, no município de Ferreira Gomes, a 138 km de Macapá, após um evento festivo em uma chácara. A delegacia de Polícia Civil do município apura o caso, porém, os relatos foram coletados na capital, onde todos os envolvidos residem.
Segundo o advogado Edmundo Paes, que representa a vítima, os acusados afirmaram em depoimento que a prática sexual a três foi consentida e que a jovem teria pedido pelas agressões físicas durante o ato – que deixaram hematomas em diversas partes do corpo da mulher.
“Os depoimentos dos dois estão muito bem alinhados, muito certinho, também estão assessorados por um advogado. Um deles conta que estava usando droga ilícita”, declarou Edmundo.
Segundo ele, o laudo pericial dá indícios da prática sexual e constata os hematomas. Entretanto, a vítima alega que não consentiu e que suspeita ter sido dopada, portanto, não lembra do ocorrido.
A jovem conseguiu uma medida protetiva contra o ex-namorado e o primo, que não poderão frequentar os mesmos lugares em um raio de 100 metros e nem se aproximar da casa e trabalho da vítima.
Além disso, a acusação afirmou ao Portal SelesNafes.com que pela repercussão do caso, diversas mulheres entraram em contato para revelar um padrão de comportamento no primo do ex-namorado da jovem, um dos envolvidos na agressão.
“Outras mulheres também nos procuraram sobre os acusados, mas têm medo e receio de expor. Uma moça apareceu e disse que mantinha relação com outro primo dos envolvidos. O depoimento dela é substancial, reforça a conduta dos dois que vem de muito tempo”, revela Edmundo.
A testemunha prestou depoimento no sábado (28). Ela contou que em 2021 namorava outro parente dos envolvidos e que, durante uma festa, recebeu convite para consumir drogas, bebidas alcoólicas e foi chamada para a relação sexual a três, mas recusou.
Após os trinta dias para finalização do inquérito policial, o caso será encaminhado ao Ministério Público do Amapá, que analisará e decidirá se prossegue ou não com a denúncia na Justiça.
Para Edmundo, o caso possui materialidade e autoria, bem como mostra uma conduta padrão dos acusados.
“Já estamos em contato com a promotoria da mulher e vamos ser assistentes de acusação, para buscar a responsabilização criminal dos acusados e buscar uma reparação cível por todo o dano e trauma que a nossa cliente sofreu”, concluiu o representante.