Por IAGO FONSECA
O Governo do Amapá criou um grupo específico para monitorar em tempo real as principais crises emergenciais que o estado vive: estiagem, incêndios florestais, infestação da praga da mandioca, surtos de malária e salinização do Rio Amazonas no Arquipélago do Bailique.
Trata-se de uma Sala de Situação, que vai analisar, definir e coordenar ações para amenizar os dados causados por esses fenômenos climáticos e de meio ambiente. O dispositivo vai reunir órgãos estaduais, municipais e federais.
“Vamos anexando pareceres da defesa civil que colocam cada situação de emergência com o seu devido tratamento, assim, o governo federal envia técnicos, ajuda humanitária e recursos para que possamos ter uma pronta resposta a essas emergências”, explicou o governador do Amapá, Clécio Luís (SD).
Para isto, ele assinou, nesta segunda-feira (13), no Palácio do Setentrião, em Macapá, um documento que une dois decretos para autorizar ações de todos os órgãos da Sala de Situação.
Segundo a Defesa Civil do Estado, os municípios de Tartarugalzinho, Amapá, Pracuúba e a região costeira de Itaubal e do arquipélago do Bailique, sofrem com a escassez de água pela estiagem.
“Sem chuvas, aumenta a temperatura e diminui a umidade do ar e isso leva a ter mais incêndios. O que acontece hoje pode impactar as ações do ano que vem, que podemos ter menos chuvas”, destacou o coronel Alexandre Veríssimo, comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá e chefe da Defesa Civil no Amapá.
Doenças e pragas
Foram identificadas quase 1,9 mil pessoas atingidas pela infestação da praga da mandioca em Oiapoque, de acordo com a Defesa Civil.
Além disso, o governo busca descobrir a relação do fungo Fusarium, encontrado nas infestações, com o que foi identificado nos pacientes contaminados após cirurgias oculares do Programa Mais Visão, em setembro.
Ainda segundo o levantamento da Defesa Civil, os municípios de Oiapoque, Calçoene e Pedra Branca do Amapari apresentam surtos de malária.
Ações
Até o momento, Tartarugalzinho captou R$ 700 mil em recursos federais para aquisição de cestas básicas e um caminhão-pipa estadual para suprir as necessidades com a seca do rio. Os demais municípios passam por ajustes nos planos de trabalho.
O Bailique recebeu apoio humanitário neste fim de semana com distribuição de 400 mil litros de água potável e 10 mil litros de água mineral, bem como 5 mil litros de diesel para embarcações e 300 de gasolina.
Dessalinizacão no Bailique
A estimativa do Governo do Amapá é que alta salinização no arquipélago demore aproximadamente cinco meses para amenizar, por conta do fenômeno El Nino.
Por isso, a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) inicia nesta semana a operação de um equipamento de desalinização, capaz de captar e tratar 18 mil litros de água potável por dia.
“Hoje fazemos a análise em laboratório dessa água. A partir deste quarta-feira iniciamos a distribuição caso tudo esteja certo. Queremos adquirir mais 25 equipamentos desse, para atender toda a população do Bailique”, afirmou o diretor da Caesa, Jorge Amanajás.
Segundo ele, a longínqua Vila do Sucuriju, no município de Amapá, deve receber um equipamento para suprir a demanda da comunidade.
“A gente precisa ver não só a qualidade da água produzida, mas como a máquina vai funcionar e como a equipe vai tratar a reposição de material e operação dela, que futuramente será operado pela comunidade”, explicou o diretor.