Com Amapá afetado por fumaça, uso de máscara volta a ser cogitado

No último fim de semana, o estado atingiu recorde de mais de 4 mil focos de calor
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Por IAGO FONSECA

A baixa qualidade do ar em oito municípios do Amapá, devido ao aumento de fumaças provocadas pelas queimadas e incêndios florestais, motivou uma recomendação para uso de máscaras em ambientes externos pelo governo estadual. A orientação foi dada pelo governador Clécio Luís (SD) na noite de quinta-feira (23).

A capital Macapá e os municípios de Santana, Mazagão, Tartarugalzinho, Amapá, Itaubal do Piririm, Cutias do Araguari e Ferreira Gomes apresentam as qualificações “ruim” e “péssima”, segundo um relatório divulgado pelo comitê de crise de eventos hidrológicos e mudanças climáticas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

Em vídeo compartilhado nas redes sociais, o governador afirma que o uso de máscaras ao ar livre é essencial para preservar a saúde de crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios ou cardíacos, bem como orienta que a população mantenha janelas fechadas no início da manhã e no fim da tarde.

“A 96 dias enfrentamos as queimadas em todo o estado. Infelizmente tivemos um aumento de cerca de 1,500% nos focos de incêndio, queimadas e, consequentemente, seus efeitos. Nos preocupa mais a saúde no momento, é importante usar máscaras em ambientes abertos. Provavelmente, nós estamos hoje respirando o pior ar, em termos de qualidade, em toda a história do estado”, expõe o governante.

Amapaense vive expectativa pela volta da chuva

As fumaças que atingem metade do Amapá são resultado dos incêndios florestais da Unidade de Conservação do Lago Piratuba e no Cabo Orange, no leste e norte do estado, respectivamente, e nas ilhas do arquipélago do Marajó, no Pará. Na reserva ambiental do Lago Piratuba, cerca de 8 mil hectares já foram consumidos pelas chamas subterrâneas há mais de 15 dias.

Focos de calor

Na última semana, o Amapá bateu o recorde de focos de calor em 48h, com risco alto para incêndios. Foram registrados 4,094 pontos entre 17 e 18 de novembro, com predominância nos municípios de Amapá, Pracuúba e Tartarugalzinho.

Até o dia 22, o município de Amapá continuou liderando os focos, segundo o boletim do Núcleo de Meteorologia e Energias Renováveis do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa). Em 100 dias, o estado já registra quase 49 mil queimadas, segundo dados de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de 16 de agosto a 24 de novembro.

Sensação térmica

Ainda na semana passada, o portal SN.com reportou que a umidade relativa do ar em Macapá despencou e registrou baixa de 35% no domingo (12), isso significa que a sensação de calor pode ter sido mais intensa. Porém, esse número vem aumentando e no dia 22, no boletim de focos de calor mais recente do Iepa, registrou 49%.

A espera pelas chuvas

Há pelo menos quatro dias amapaenses anseiam pelas chuvas do ‘inverno amazônico’ nas redes sociais, que ainda aparecem tímidas em zonas rurais e na capital. No fim da tarde desta quinta-feira uma ventania e nuvens carregadas levantaram, mais uma vez, a expectativa pela primeira chuva intensa. Entretanto, as chuvas podem permanecer fracas até o início de dezembro, segundo o Iepa.

Seles Nafes
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