CVV vive escassez de voluntários

A entidade, que já chegou a ter 44 voluntários, hoje só conta com apenas 10.
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Por CAROLINA MACHADO

Neste sábado (18), o Centro de Valorização à Vida (CVV) completa 21 anos implantação no Amapá. Apesar de uma história consolidada no trabalho de prevenção ao suicídio, a entidade vive uma das fases mais difíceis em relação ao voluntariado, pois a organização não tem fins lucrativos.

A entidade, que já chegou a ter 44 voluntários, hoje só conta com apenas 10. O número mínimo seria de 20 e, o ideal de 34.

De um total de 35 inscritos para o curso de preparação, que iniciou em outubro e terminaria em dezembro, 17 compareceram, mas todos desistiram.

Jane Vasconcelos (à esq) junto às demais voluntárias do CVV. Fotos: Divulgação/CVV

Preocupada com a situação, a voluntária Jane Vasconcelos afirma não saber o motivo da desistência das pessoas, pois o curso de preparação é ofertado na modalidade on-line e apenas uma vez por semana.

“É um trabalho que apesar de ser voluntário tem suas obrigações. Uma delas, é o seu horário de atendimento, que é rigoroso. Talvez isso seja um dos motivos que faça com que as pessoas desistam. Por nós atendermos a pessoas, temos os nossos horários fixos, com plantões de duração de 4 horas e uma vez por semana”, explicou.

Ela destaca que, mesmo com o número baixo de pessoal, o trabalho do CVV é de grande importância para as pessoas que não têm com quem falar sobre suas dores e que precisam conversar no momento de desespero.

“Muitas pessoas ligam para o CVV chorando, dizendo que a vida não vale a pena e que aquela seria a última conversa que queriam ter, mas depois elas conseguem desabafar e mudam de ideia porque elas só estavam precisando de alguém para lhes escutar e colocar para fora aquilo que estava doendo. Por tudo isso, consideramos o CVV como o pronto socorro emocional”, relatou.

Ação do Setembro Amarelo

Mesmo com as desistências, a entidade abriu novamente inscrições para o curso de preparação de voluntários. A previsão é que ele seja realizado no mês de fevereiro de 2024.  As inscrições podem ser feitas por meio do e-mail [email protected]. O curso será realizado por três meses e as instruções serão feitas na modalidade online e uma vez por semana. O único pré-requisito para se inscrever é que a pessoa seja maior de 18 anos.

Em Macapá, o CVV foi implantado em 18 de novembro de 2002. Jane relata que com alguns casos de suicídio que vinham ocorrendo na capital amapaense, um grupo de pessoas preocupadas com a situação fizeram contato com o CVV nacional para trazer o curso para Macapá.

Há 21 anos: início dos trabalho em 2002

“Na época, mais de 200 pessoas se inscreveram para o curso e, ao término dele, abriu a primeira turma de voluntários do CVV Macapá. Vale lembrar que o Ministério Público foi fundamental nesse processo ao ceder uma sala para o funcionamento do CVV por mais de 10 anos”, relatou.

Atualmente, o Centro de Valorização à Vida em Macapá funciona em uma sala cedida no Vila Nova Shopping, localizado na avenida Presidente Vargas, nº 341, Centro. Os atendimentos são feitos por meio do número 188 ou do site www.cvv.org.br. A ligação é gratuita e o consumo da internet nos atendimentos não é cobrado. A pessoa que procurar os atendimentos não precisa se identificar.

Seles Nafes
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