O ‘realismo fantástico’ de Ivam Amanajás

30 obras serão expostas gratuitamente para o público no Sindicato dos Estivadores, Centro de Macapá.
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Por CAROLINA MACHADO

O artista amapaense Ivam Amanajás, de 67 anos, está apresentando 30 obras de um conceito que ele classifica como ‘realismo fantástico’. A exposição foi montada no Sindicato dos Estivadores, em Macapá, onde ficará até o próximo dia 28 de novembro.

As obras foram produzidas entre os anos de 2020 e 2023. Amanajás explica que tudo aquilo que antigamente via como surreal, hoje é uma realidade fantástica.

“Hoje o homem está criando robôs e máquinas perfeitas e nós cada dia mais ficamos muito mais presos e dependentes dessa tecnologia. Isso é o realismo fantástico, que traz algo novo de tecnologia e explode a sua mente e surpreende”, explicou.

Ivam Amanajás busca em suas obras denunciar a máquina, a qual ele considera uma “faca de dois gumes”. Para ele, ao mesmo tempo que ela cura, ela também mata.

Público poderá contemplar …

… 30 quadros inspirados no …

… realismo fantástico. Foto: Carolina Machado/SN.com

“Ela é desalmada e continua ‘desalmando’. Ela mata a natureza e hoje o homem faz com que a sua engenharia tecnológica cria uma nova natureza, onde destrói o natural e constrói o artificial”, afirmou.

Ao todo, o artista, que pinta todos os dias, já produziu mais de duas mil obras e realizou 30 exposições individuais em diversos estados brasileiros, como Pará, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais. Ele revela que começou quando tinha 13 anos, desenhando paisagens do estado com lápis de cor. Desde a escola primária tinha o hábito.

“Eu passava a aula toda desenhando. Eu desenhava naturalmente, não veio algo programado. Desenhar está no meu DNA. Eu simplesmente pegava o meu lápis e começava a rabiscar e a coisa foi criando proporção e quando vi eu estava desenhando, pintando e me interessando pela arte”, revelou.

Para Ivam, arte é como um artigo de luxo

 

Ivam considera a arte como um artigo de luxo. Ele acredita que as pessoas precisam entender que se trata de um investimento.

“Imagina quantas obras de Cândido Portinari e Salvador Dali, Van Gogh, que trocava as telas por um prato de sopa, e ninguém via a obra como investimento. Mas hoje quem possui um trabalho do Van Gogh é milionário. Então, as pessoas têm que se educar a verem a obra de arte como um investimento”.

Apesar de pintar todos os dias, o Ivam não vive apenas de arte – “infelizmente”, lamenta. Ele ressalta que para algumas áreas da arte ainda é muito difícil para o artista viver do próprio talento no Brasil, principalmente no Amapá, mesmo tendo o reconhecimento do público.

Por trás do resultado final …

.. artista aplica …

… apuradas técnicas artísticas

“As pessoas amam arte. Mas nós precisamos de incentivo para que os artistas consigam expor mais os seus materiais. Fazer uma exposição é muito caro. Produzir 30 obras, emoldurar e colocar é muito caro. Então, o artista precisa de mais incentivo, mas o público ama arte”, declarou.

A exposição vai acontecer das 9h às 21h e a entrada é gratuita. O Sindicato dos Estivadores fica localizado na rua Odilardo Silva, esquina com avenida Pedro Baião, bairro Central.

Seles Nafes
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