Por SELES NAFES
O policial civil que baleou seis pessoas dentro de uma boate em Macapá, há cerca de quatro anos, irá à júri popular. A decisão foi da juíza Lívia Cardoso, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, na chamada “sentença de pronúncia” (etapa do processo penal onde o magistrado decide se o julgamento será realizado por um conselho de jurados).
Ao analisar o processo, a juíza citou os depoimentos das seis vítimas, que incluem músicos de uma banda que havia acabado de se apresentar, um vendedor de bombons e seguranças.
Um dos seguranças contou que levou uma garrafada na cabeça quando estava conduzindo o policial Sanderlei Barreto para fora da boate Don Corleone, na Avenida Feliciano Coelho, no Bairro do Trem, naquela madrugada de 2 de agosto de 2019.
Segundos depoimentos, Sanderlei estava num camarote e foi informado pelos seguranças que, para permanecer naquele local, ele teria que pagar um valor mais alto. Na retirada dele do camarote houve luta corporal com os seguranças que o colocaram para fora do estabelecimento.
De acordo com as testemunhas, Sanderlei foi até seu carro e dirigiu até próximo da porta da boate. Ele desceu do veículo, andou até a porta e efetuou vários disparos. Uma das vítimas disse em depoimento que o policial apontava para as pessoas e atirava.
O policial chegou a ser preso preventivamente no mesmo mês após de apresentar na delegacia. Ele permaneceu detido por quase três meses, até ganhar o direito de responder ao processo em liberdade. Algumas das vítimas lutam na justiça por uma indenização, e já ganham o processo em primeira instância.
Em seu depoimento na justiça, Sanderlei Barreto culpou os seguranças pela confusão, negou que os agrediu, mas admitiu que estava alcoolizado e atirou em pessoas que nada tinham a ver com a confusão. Ele se disse arrependido e que não teve a intenção de matar ninguém.
Com a decisão, o processo por seis tentativas de homicídio será julgado por um conselho de sentença, mas a data ainda não foi definida.