Por IAGO FONSECA
Um ícone macapaense, a Ponte Sérgio Arruda, começou a ser demolida. A artéria da zona norte de Macapá é conhecida pela elevação íngreme, reparos emergenciais e memes em 20 anos de existência. As próximas etapas da obra foram anunciadas na manhã deste sábado (25).
Operários atuam com duas retroescavadeiras que irão desfazer a ponte por partes e realizar a limpeza do canteiro. A área está interditada com tapumes desde a quarta-feira (22). O trabalho seguirá a demolição das estruturas atuais, remoção de entulhos, escavação e execução de novas fundações para a nova ponte.
“Optamos pela segurança, é um método mais lento, mas viável, até para garantir que o centro da ponte não ceda de uma vez. Um processo de explosão causaria um afetamento na vizinhança por conta da área de impacto. Também temos buscado diminuir a ocorrência de materiais e resíduos dentro do canal”, explicou o secretário de obras do município, Cássio Cruz.
Todo o processo deve durar entre 10 a 15 dias. A partir disso, serão montadas as longarinas, estruturas horizontais da nova ponte. A obra é realizada com investimentos de emendas federais e do tesouro municipal no valor de R$ 10 milhões.
Depois dos 120 dias de obra previstos, a nova ponte Sérgio Arruda contará com três pistas no sentido zona norte e uma no sentido centro, bem como faixa exclusiva para ônibus, ciclofaixa, calçadas com acessibilidade, guarda corpo e sistemas de drenagem urbana.
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Máquinas trabalhando neste sábado (25). Fotos: Iago Fonseca
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Guarda corpo é destruído e restante da demolição não usará explosivos
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Secretário de Obras, Cássio Cruz: método é lento, mas viável para não afetar casas ao redor
Trânsito alternativo
Durante a interdição da ponte, os condutores que seguem para os bairros do norte podem utilizar a Rodovia do Pacoval e a Via Expressa Anníbal Barcellos, que teve sentido alterado e a Rodovia Norte-Sul.
História e memes
Inaugurada em novembro de 2003, durante a gestão do então prefeito João Henrique Pimentel, a ponte foi a proposta de solução para o trânsito na zona norte, devido ao crescimento significativo da região.
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Grandes grampos de ferro foram colocados para segurar blocos laterais da ponte. Foto: Rodrigo Índio/SN
Com o tempo, sem manutenção adequada e falhas no projeto, as estruturas começaram a apresentar problemas e blocos se desprenderam em 2016, o que assustou moradores e motoristas. A solução encontrada foi inserir ‘grampos’ de vergalhões, procedimento que virou motivo de críticas e piadas nas redes sociais.
Pela altura e acesso íngreme, a ponte ficou conhecida pela população como ‘a maior lombada’ e gerou memes na Internet ao longo de 20 anos. Na sexta-feira, usuários se despediram da construção recordando esses momentos.