Por IAGO FONSECA
Demandas e dificuldades de acesso à cidade serão discutidas durante dezembro para elaboração do primeiro plano de mobilidade urbana de Macapá. O projeto e estudos foram apresentados para representantes da sociedade civil pela Companhia de Trânsito de Macapá (CTMac), durante a manhã desta segunda-feira (4) na sede da Ordem dos Advogados no Amapá, no centro de Macapá.
A participação social é parte da segunda etapa do processo de elaboração, que esclarece as demandas de cada bairro ou distrito sobre infraestrutura para pedestres, ciclistas, transporte coletivo, fluvial, cargas e de veículos particulares.
“A gente tem uma demanda muito grande pelo transporte regulado, acho que esse plano para o nosso segmento é muito importante. Quem ganha com isso é o usuário que usa a motocicleta para seus destinos”, declarou Markus Pathyaka, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Mototaxistas, que foi acompanhar a apresentação.
O plano de mobilidade urbana é um conjunto de normas que guiam o planejamento de curto, médio e longo prazo de cidades, para organizar os deslocamentos dentro da cidade. Essas normas passarão por votação pela Câmara de Vereadores para serem transformadas em lei, com validade para os próximos dez anos, segundo o arquiteto Wandemberg Gomes, responsável pela condução do plano pela CTMac.
“O plano iniciou em agosto. Quando concluído, vai gerar um caderno com metas, objetivos e indicadores para controle da execução de projetos relacionados a mobilidade, se estão bem ou não. Depois de ouvir as entidades vamos realizar as oficinas comunitárias para ter o retrato da mobilidade a partir da visão da população”, explicou o arquiteto.
As oficinas serão realizadas nos dias 6, 7, 11 e 15 de dezembro às 18h em escolas municipais nas zonas norte (Escola Josafá Aires), centro (Escola Santa Rita), oeste (Sest Senat) e sul (Cacilda Vasconcelos) respectivamente. A população em geral poderá opinar sobre as dificuldades de locomoção enfrentadas.
Até a transformação em lei, o guia ainda passará por quatro etapas de desenvolvimento, com a conclusão da preparação, elaboração com diagnósticos e prognósticos de mobilidade, institucionalização por meio de audiência pública e capacitação dos técnicos da prefeitura.
O projeto do plano de mobilidade passou por uma licitação no início de 2023 para habilitar uma empresa de engenharia para ser responsável pela elaboração.
“A cidade está crescendo e a gente precisava avançar na mobilidade urbana e estamos fazendo isso”, comentou a diretora da CTMac, Patrícia Almeida.
Entre os debates, são discutidos temas que englobam o planejamento e ordenação do meio urbano, organização do sistema viário, qualificação de calçadas, áreas adequadas para ciclistas, priorização de transporte coletivo e desestímulo ao uso de veículos particulares, acessibilidade e transporte para área rurais.
Transporte coletivo
Além da prioridade ao pedestre, o uso do ônibus como principal meio de transporte também é um dos assuntos mais frequentes na sociedade macapaense. Segundo o Sindicato dos Rodoviários (Sincottrap), o plano de mobilidade deve considerar a qualidade do transporte coletivo e a melhoria das condições de trabalho da categoria.
“A discussão pode melhorar no investimento no transporte público, somos nós que transportamos a maioria da população. Uma das políticas a se implementar e a ser levada em consideração é tirar mais carros particulares das ruas e dar um serviço público de transporte público de qualidade para a população”, ressaltou Cristiano Souza, presidente do Sincottrap.
De acordo com a CTMac, 50 ônibus circulam em Macapá diariamente e duas empresas estão em processo de credenciamento para operar na capital. A companhia ainda aguarda a decisão judicial da licitação do transporte público.
“O processo licitatório é da prefeitura, mas também é de interesse da CTMac. Recorremos, prestamos os esclarecimentos pedidos e ainda não tivemos decisão. Suspendemos o processo, obedecemos a decisão judicial e por isso estamos utilizando o chamamento”, concluiu a diretora da CTMac.