Por IAGO FONSECA
A Operação Hórus, que ocorre nas fronteiras e divisas do país contra o tráfico de pessoas, armas e drogas, passará a atuar em uma nova versão nos estados.
Além de passar a se chamar Operação Protetor da Fronteira, terá um caráter bem mais ostensivo. No Amapá, as atividades iniciam na tarde desta segunda-feira (8).
As novas ações continuam sendo em parceria com o governo federal, mas agora estão inseridas no Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que é vinculada ao Ministério da Justiça.
O coordenador estadual das operações Hórus e Paz, coronel Costa Júnior, ressaltou os investimentos do governo federal para a realização das atividades. Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Amapá (Sejusp), em quatro meses de operação R$ 7,2 milhões foram pagos em diárias federais para 3 mil agentes das polícias Civil, Militar e Científica.
“Esse incentivo trouxe, também, um empenho maior das forças. Em termos operativos não muda nada, só melhora porque agora nós temos as bases do sistema, nós temos meios de melhor controlar o trabalho das guarnições, nós temos meios eletrônicos, através dos dados estatísticos, para vermos onde podemos melhorar”, destacou o coordenador.
Em 2023, 11 dos 16 municípios do estado foram atendidos pela operação direta e indiretamente com rondas regulares. Apesar de não ser fronteira, a Hórus também agiu em Santana, considerado o município mais violento pela Sejusp, após um acordo com o Governo Federal para integrar a cidade e reduzir os índices.
“A Operação Protetor vai trazer de novo o que a gente construiu durante esses meses, de setembro para cá. Foi um esforço muito grande, tanto da Polícia Científica, Polícia Civil e Polícia Militar, no sentido de dar conta de todo o trabalho que estava com demanda reprimida. Os números falam por si, nós tivemos mais de 3 mil inquéritos que estavam em impossibilidade de dar continuidade devido à falta de efetivo e as operações trouxeram isso”, continuou o coronel.
Na coletiva de anúncio da Operação Protetor, o delegado-geral de Polícia Civil, Cezar Vieira, reforçou os resultados, destacando o aumento da produtividade policial.
“No encerramento agora do ano 2023, nós tivemos um aumento de inquéritos em quase 24%, aumentando 1.743 inquéritos policiais da Polícia Civil, produzidos comparado ao ano anterior”, revelou Vieira.
Durante este período, foram realizadas cerca de 34 mil abordagens, 400 perícias, 267 prisões em flagrante e 179 mandados cumpridos. Além disso, 2,2 mil porções de drogas foram retiradas das ruas, totalizando mais de 70 quilos de drogas apreendidas, bem como 80 armas retiradas de grupos criminosos.
Para o secretário de Segurança Pública, José Neto, a integração entre os serviços de inteligência das unidades policiais deve continuar sem prejuízo e com o mesmo empenho.
“Esperamos que a partir de fevereiro a Operação Paz retorne, para que a gente possa, de fato, contar com esse reforço que tem um reflexo direto, principalmente, na segurança da população. Com essa operação a gente consegue praticamente dobrar o efetivo de policiamento na rua, além de reforçar também as delegacias, principalmente as delegacias que trabalham, que enfrentam a criminalidade violenta, letal e intencional, como os crimes de latrocínio e homicídio”, concluiu o secretário.