Por SELES NAFES
A deputada federal Sílvia Waiãpi (PL-AP) escapou de ser processada pelo Ministério Público Federal (MPF) por crime contra a democracia. Há exato um ano, ela compartilhou quase que em tempo real a “tomada de poder pelo povo”, referindo-se a manifestantes que invadiram a Praça dos 3 Poderes e depredaram os prédios do Congresso, Palácio do Planalto e STF.
Os ataques ocorreram em 8 de janeiro. A parlamentar, que ainda nem tinha sido empossada, fez parte da equipe de transição de Bolsonaro e integrou o governo ao comandar o Distrito Sanitária Especial Indígena (Dsei).
Os manifestantes queriam a anulação do resultado da eleição presidencial e tentavam criar um cenário favorável à ocupação das Forças Armadas, que acabaram não embarcando no projeto golpista.
Durante as invasões, ela compartilhou um vídeo da deputada federal Clarissa Tércio (PP-PE), onde afirmava que “o povo tomou o poder” “insatisfeito com o governo vermelho”.
O ministro Alexandre de Morais, do STF, chegou a aceitar o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e autorizou que Silvia Waiãpi fosse processada por “crimes de terrorismo, associação criminosa, golpe de Estado, ameaça, perseguição, abolição violenta do estado democrático e incitação ao crime”.
Após a repercussão negativa, a deputada apagou a postagem, se defendeu alegando que não participou dos atos e classificou como “fora da regra” a depredação dos prédios.
Recentemente, o MPF solicitou o arquivamento do processo por falta de provas, e encaminhou o caso ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que está em recesso.
O Portal SN ainda não conseguiu apurar qual andamento foi dado ao assunto, que também chegou a ser denunciado pelos deputados federais Josenildo Abrantes e Dorinaldo Malafaia, ambos do PDT.