Em esforço inédito, Amapá tenta “zerar” a fome

Secretária Aline Gurgel, governador Clécio Luís e senador Davi Alcolumbre: programa 'Amapá Sem Fome' deve atender 107 mil pessoas em parceria com ONGs
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Por IAGO FONSECA

Sete políticas públicas foram integradas e incluídas no programa ‘Amapá Sem Fome’, lançado nesta quarta-feira (17) pelo governo estadual como a maior iniciativa social da história do Amapá. A ideia é combater a insegurança alimentar de cerca de 107 mil pessoas e tirar o estado do mapa nacional da fome.

O programa entregará kits de alimentos nutricionais para crianças de zero a 10 anos, que incluem suplementos. Será criado um banco de alimentos, um dos primeiros do norte do país, segundo o governo.

Para Eduarda Bahia, da ONG Anjos Solidários, a iniciativa vai ampliar as possibilidades para entidades atendem famílias em vulnerabilidade. A organização atua há 15 anos com distribuição de cestas básicas nos bairros do Araxá e Pedrinhas, na zona sul de Macapá.

“A gente corre atrás. Não mede esforços pelos nossos objetivos, para que a gente nunca pare e sempre estejamos atendendo as nossas famílias, as nossas crianças dos bairros. Pretendemos nos cadastrar”, declarou Eduarda.

A chamada de instituições para cadastro será feita por editais, ainda em 2024. O programa fomentará organizações que comprovem a execução de trabalhos renomados para a sociedade.

Eduarda, da ONG Anjos Solidários: atendimento na zona sul há 15 anos. Fotos: Iago Fonseca

Além banco de alimentos, serão distribuídos cartões de alimentação, Vale Gás Social e criação de restaurantes populares dentro de comunidades, nos chamados ‘bolsões da fome’, segundo a secretária de Estado da Assistência Social, Aline Gurgel.

“Sabemos que a cesta básica nacional só vem com o carboidrato, mas com o cartão alimentação e banco de alimentos você chega na proteína, como o peixe, frango, carne. Crianças precisam se alimentar, não é uma política que só o estado vai realizar, são todos os entes, toda a sociedade”, explicou.

“Os dados do IBGE mostram que em torno de 107 mil pessoas estão passando por insegurança alimentar grave ou moderada no Estado”, acrescentou.

Aline Gurgel destinou recursos de quando era deputada federal

Lançamento atraiu representantes de ONGs. Banco de dados será criado

O programa conta com recursos de R$ 24 milhões, provenientes de emenda parlamentar do senador Davi Alcolumbre (UB) e da secretária Aline Gurgel, quando era deputada federal pelo PR.

“Nós não podemos descuidar dessa situação gravíssima que vivemos no Brasil, temos muitos amapaenses que passam fome. É para essas famílias que o Estado hoje se apresenta com uma formatação de um projeto que será o catalisador dessa agenda social. Sem dúvida nenhuma, uma das mais importantes”, afirmou o senador Davi.

Para o governador do Amapá, Clécio Luís (SD), os investimentos realizados em 2023 foram fundamentais, mas feitos de forma emergencial, a exemplo da crise da mandioca em Oiapoque e situações vindas da estiagem.

“Estamos falando de um país que de 2020 a 2022, dobrou a sua população que está em situação de insegurança alimentar. Hoje, 13% dos amapaenses passam fome. Esse programa reúne tudo que tem de mais moderno na política de assistência social alimentar e nutricional”, concluiu o governante.

Seles Nafes
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