Por IAGO FONSECA
O sonho de ser uma perita criminal motivou Amanda Borges (foto de capa da matéria), de 17 anos, a se dedicar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ela é um dos 56 alunos que alcançaram mais de 900 pontos na redação do certame na escola estadual Augusto dos Anjos no Bairro Laguinho, em Macapá.
Moradora do Bairro Pantanal, Amanda conta que durante o ensino médio contou com o apoio e ensinamento dos professores, em especial o de língua portuguesa, que ensinou desde às técnicas simples até as mais complexas para desenvolver uma redação. Hoje, o professor faz parte da equipe da Central do Enem.
“Não fiz cursinho e tudo que eu sei sobre redação é por causa do nosso professor, o Edivá Mota. Me destaquei muito na redação em linguagens, não fui muito bem em ciências, mas não desanimei e consegui uma nota ótima. Na hora da prova estava muito nervosa, mas quando vi a nota com os meus amigos começamos a gritar e chorar na escola. É uma mistura de felicidade e orgulho, nosso esforço valeu a pena”, revela a estudante.
Além de Amanda, a aluna Milena Silva também pontuou 980 na redação. Outros 54 alunos obtiveram entre 900 e 960 pontos, como a Brenda Riane, de 18 anos. A estudante alcançou 960 pontos na redação e pretende cursar direito na Universidade Federal do Amapá.
“A minha preparação foi bem acompanhada, com muito esforço. Foram dois anos, fiz cursinho no segundo ano, mas não consegui uma boa nota no ano retratado. Dessa vez só na escola mesmo consegui uma boa nota”, conta Brenda.
Outros 117 alcançaram a média acima de 700. Para a coordenadora pedagógica Miriam Sá, o desempenho dos alunos reflete ao projeto pedagógico da escola.
“A nossa missão, o propósito, é melhorar os resultados do ENEM. Não é uma escola profissionalizante, então a finalidade dela é o prosseguimento e a continuidade dos estudos. Há sempre um diálogo entre professor, aluno e os pais”, afirma a docente.
Para a secretária da Educação do Amapá, Sandra Casimiro, o mérito obtido pelos alunos também é vinculado a execução da Central do Enem na escola, que planeja e executa ações preparatórias para o exame durante todo o ano letivo.
“Os nossos alunos das escolas públicas têm notas muito boas, estão alcançando 980, 960, 940. Nós tivemos 7,5 mil alunos da terceira série participaram da prova ano passado. Desses, 30% já apuramos que estão com notas entre 700 e 980. Então é um avanço significativo”, ressalta a gestora.
Ainda de acordo com a secretária, foi instituída uma Central de Resultados que irá acompanhar o desempenho dos alunos durante o ensino médio até o ingresso nas universidades.
“Veremos quantos dos nossos alunos que eram da terceira série entraram na universidade, quantos foram para a universidade pública, quantos foram para a universidade privada. Isso será um fator de contribuição para o nosso planejamento. Nós temos uma universidade pública aqui, estamos casando esse trabalho da escola pública com a universidade do estado”, finaliza a secretária.