Por SELES NAFES
O vereador da cidade de Santana (17 km de Macapá), Mário Brandão (PL), de 56 anos, está no centro de uma investigação da Polícia Civil do Amapá que apura possíveis crimes de assédio e importunação sexual contra três jovens. Uma delas seria menor de idade na época do crime.
Duas delas, de 21 e 23 anos, prestaram depoimentos nesta terça-feira (30) no Ciosp de Santana, e uma terceira também procurou a polícia para denunciar o parlamentar. O depoimento dela foi marcado para a próxima quinta-feira (1º).
As vítimas contam histórias parecidas, de que foram contratadas por ele para prestarem serviços de divulgação. Além de político, Mário Brandão é empresário.
As duas primeiras que registraram boletins de ocorrência no último dia 27 de janeiro disseram ter sido contratadas para trabalharem na divulgação do camarote de Mário Brandão no Carnaval de Santana.
Uma das jovens que prestou depoimento hoje estava acompanhada dos pais e chorou bastante diante da delegada Luiza Maia, coordenadora do Ciosp de Santana, e que iniciou as investigações.
A jovem afirmou que o empresário lhe ofereceu dinheiro para ter relações sexuais, pegou nas pernas dela, tentou beijá-la e puxou a mão para que ela pegasse no pênis dele.
“Neste caso, ficaram caracterizados os crimes de assédio e importunação sexual, por isso foi aberto um inquérito, porque são crimes que excedem cinco anos de prisão”, explicou a delegada Luiza Maia ao Portal SN, na noite desta terça.
Demissão
A outra vítima afirmou que foi demitida depois de rejeitar uma carona. Ela também afirmou ter recebido uma proposta para ter relações sexuais em troca de dinheiro.
“No caso da segunda a depor, ficou evidente o assédio (sexual) porque envolve emprego (ela foi contratada para divulgar o camarote dele). Mas vamos decidir se será aberto inquérito ou um termo circunstanciado. Existe uma previsão na Lei Maria da Penha para casos assim, mas ainda estamos analisando a lei”, explicou a delegada ao ser procurada pelo Portal SN, na noite desta terça.
Por conta dessa possível vinculação com a Lei Maria da Penha, existe a chance de que todos os casos sejam transferidos para a Delegacia de Mulheres. Se isso ocorrer, é onde o vereador deverá ser chamado para prestar depoimento, depois das vítimas.
Procurado, o vereador se limitou a dizer: “Deixa ter o resultado. Hoje foi comigo. Amanhã pode ser com você”.
Também procurado pelo Portal SN, o advogado Ademar Bandeira, que representa o empresário e vereador, disse que vai aguardar até a próxima sexta-feira (2) para se pronunciar.