Do EDITOR
Eram pouco mais de 20h quando o jornalista Emanuel Júnior Leite começou a ver as luzes de Santarém, na balsa que transportava o carro em que ele partiu de Macapá 17 horas antes na companhia do amigo e empresário Paulo Henrique.
A missão era mostrar a distância, custos, desafios e vantagens da viagem de carro para um dos destinos turísticos mais famosos do Amapá, partindo de Macapá, a capital do Amapá com fama de ser isolada por via terrestre. É, mas não é. Veja o porquê.
A jornada
Eram 5 horas quando saímos do Centro de Macapá para uma verdadeira aventura: chegar a Santarém, localizada na região Oeste do Pará.
Logo no início da viagem fizemos contato com o comandante da balsa, via WhatsApp, no Rio Paru, no município de Almeirim (PA). Esse é um detalhe muito importante no planejamento do nosso roteiro.
A primeira etapa do traçado é cumprida na BR-210 (21 km), a chamada Perimetral Norte. A fase seguinte, na BR 156, aponta na direção de Laranjal do Jari, um município que faz divisa com o estado do Pará (mais 254 km).
Às 7h30 chegamos à vila de Maracá, onde aproveitamos para tomar um café da manhã no Restaurante Carne de Sol. Dizem que esse lugar representa a metade do caminho de Macapá a Laranjal do Jari.
A cidade de Laranjal do Jari foi alcançada às 10h10, depois de percorrer 275 quilômetros, dando tempo de abastecer o carro, com mais 32 litros de combustível completando o tanque. O movimento seguinte foi se aproximar da beira do Rio Jari, onde existe o serviço de travessia de balsa, gratuita.
O deslocamento de um lado para o outro duro dura no máximo 10 minutos. Uma informação importante: do outro lado do rio fica o estado do Pará. Portanto, a travessia representa a divisa.
Deixamos Laranjal, às 11h10, 1h depois de ter chegado ao perímetro urbano.
Perrengue, sardinha e açaí (azedo)
Assim que deixamos a balsa, a primeira sinalização do caminho: a informação de que tínhamos 92 quilômetros pela frente dava uma noção de distância, mas nada indicava as dificuldades do caminho, que depois apareceram em forma de buracos e lama. Mas nada que nos impediu de chegar às margens do Rio Paru às 13h30, com 375 quilômetros rodados.
Infelizmente a balsa já havia saído. Esse desencontro nos fez esperar cerca de 1 hora na pequena comunidade. Com sorte, almoçamos na casa do seu Raimundo, um dono de mercearia que nos vendeu ovos e sardinha.
Fiz lá um mexido, incluindo farinha, que deu para encarar. Ainda tomamos um açaí ‘meio passado’, que foi engolido sem reclamação.
A balsa chegou, e às 14h30 iniciamos uma navegação de uma hora na direção do Rio Acarapi, na comunidade de Bom Futuro, no município de Almeirim.
O valor da travessia foi R$ 425. Para quem quiser agendar a travessia, eis o contato do Comandante Arara (Rio Paru): (96) 99202-0194.
De navegação, mais 1h. Saímos do porto do outro lado do rio às 15h30. Agora, a condução acontece na PA-254, com melhor condição de piso e rodagem do que os últimos 92 km.
Às 18h20, passamos pela Vila Limão, uma comunidade do município de Monte Alegre. Poucos quilômetros depois alcançamos a PA-423, na direção da cidade de Monte Alegre.
Deixamos a PA-423 às 18h55 para pegar a PA-255 para uma etapa de mais quilômetros até o porto de Santana do Tapará, depois de 643 quilômetros.
De Macapá a Santana do Tapará, 15h. Pagamos 126 reais, na travessia de balsa de duas horas. Chegamos em casa.
Observação e recomendação
Até Santarém foram 17h. Emanuel e Paulo queriam provar que é possível fazer essa viagem num dia só, a bordo de uma Tracker (SUV). Mas eles afirmam que carros pequenos também podem fazer o mesmo percurso tranquilamente, mesma nessa época do ano. Até porque o trajeto entre Monte Alegre e Prainha é todo asfaltado.
Conselho: Façam a jornada em dois dias, sem pressa, para apreciar o máximo das incríveis belezas que o trajeto reserva. E não são poucas.
Como a viagem foi rápida, não houve oportunidade de produzir muito conteúdo sobre esses atrativos. Contudo, Emanuel já planeja refazer o mesmo percurso na companhia da esposa, em maio.