Por IAGO FONSECA
A instabilidade no preço o açaí, sentida diretamente pelos fornecedores na Rampa do Açaí, no Bairro Araxá, zona sul de em Macapá, tem fechado portas de amassadeiras. Batedores buscam alternativas para equilibrar o preço final, que tem chegado até R$ 30 em alguns empreendimentos.
Por conta do período chuvoso, quando há dificuldade em colher o açaí e trazer para a cidade, os preços da saca têm custado entre R$ 360 a R$ 480. Quando não há falta do produto na fonte, o consumidor paga entre R$ 15 a R$ 25 no açaí batido médio, enquanto o especial pode chegar a R$ 30.
As batedeiras que se mantém abertas buscam outras fontes para não fechar o negócio. É o caso do empresário Nilton Cardoso, conhecido popularmente como Bob, que possui uma batedeira no Bairro Marabaixo, na zona oeste da capital. Ele revela que tem ido até o norte do Amapá em busca de preços mais acessíveis.

Bob: “Quando realmente não tem, infelizmente fechamos”. Fotos: Iago Fonseca

Gerente chegou a vender por R$ 25 para não ter prejuízo, mas já baixou para R$ 20
“A gente costuma comprar lá na rampa, mas como está em falta, a gente tem que correr atrás. Quando tem lá em Amapá (município) a gente vai lá tentar conseguir parar não fechar, para ter sempre os clientes. A despesa é bem alta. Só em combustível é quase R$ 500 para ir e voltar. Quando realmente não tem, infelizmente fechamos”, lamenta o empresário, que vende a R$ 25 o litro normal (fino) e R$ 30 o especial (grosso).
Uma gerente de outra batedeira, no Bairro Buritizal, relata que em períodos normais consegue comprar até sete sacas do açaí por dia, porém, na última semana reduziu a quantidade para três, mesmo com um fornecedor fixo. Ela ressalta que no domingo (25) chegaram a cobrar R$ 25 para não ter prejuízo, mas que já baixou para R$ 20.

Fruto fica escasso nas cidades …

… na época das chuvas
A professora Márcia Viana costumava comprar o açaí todos os fins de semana no Bairro Buritizal. Para ela, manter o costume se tornou inviável após a alta dos preços.
“Parei de comprar, estava um absurdo. Antes perto de casa havia fila, agora não tem pessoas para comprar”, analisou.
A Associação dos Batedores de Açaí do Amapá afirma que, além das chuvas e da dificuldade na colheita, o preço final também é influenciado pelo preço do atravessador, a embarcação que faz o transporte até a capital, que aproveita a baixa quantidade do fruto para elevar o custo.

… entre bairros e amassadeiras

Preços variam …

… entre bairros e amassadeiras
“Nem todo mundo tem condição de trabalhar nesse valor, principalmente as periferias que vendem o açaí mais barato, eu também prefiro fechar quando tá muito caro”, finaliza o presidente da associação, Antônio Alves.