Por ANITA FLEXA
A autônoma Narinete Dias é chefe de uma família de 8 pessoas, vive de aluguel e ajuda a cuidar dos netos. Agora ela aguarda, ansiosamente, a entrega dos apartamentos do Residencial Vila das Oliveiras, localizado no bairro das Pedrinhas, zona sul de Macapá.
Ela e um grupo de pessoas que também vão morar lá chegaram cedo na manhã desta terça-feira (26), para tentar conseguir um “serviço” e ajudar a construir o lugar onde vão morar.
“Há cerca de 13 anos eu espero essa obra ficar pronta, eu me cadastrei em 2011 e morava no Aturiá, tive que sair de casa junto com as minhas 5 filhas pequenas por conta da invasão do rio. Hoje a minha casa de lá não existe mais, vivo de aluguel e a família aumentou. E vim pra tentar conseguir emprego, quero ajudar a manter o que vai ser meu no futuro”, afirma a autônoma.
Com previsão de entrega para o início de maio, as obras do Residencial já estão em sua fase final. As instalações contam, também, com quadra poliesportiva e uma creche, além de receber cerca de 512 famílias que foram realocadas da orla do Aturiá que foi devastada pela erosão.
O Jairo Almeida é autônomo e já está trabalhando no Residencial há duas semanas, ele e outros amigos que perderam a casa no ano passado durante a cheia do Rio Amazonas realizam a limpeza dos apartamentos e da área ao entorno dos prédios.
“Estou trabalhando aqui há duas semanas, e eu, minha esposa e filho estamos muito ansiosos para morar. E todos nós que estamos trabalhando com a limpeza vamos morar aqui, por isso estamos limpando e organizando com todo esse cuidado de lavar tudo bem direitinho, né? E a gente possa mudar logo pra cá também. É um sonho se tornando realidade, e a expectativa tá grande pra gente morar no nosso sonho”, afirma o ajudante de serviços gerais.
A obra
O projeto residencial é integrado às obras do Complexo de Urbanização da Orla do Aturiá e conta com investimento de R$ 25 milhões do tesouro estadual, mais recursos do Governo Federal de R$ 48 milhões em emenda parlamentar do senador Davi Alcolumbre. A obra executada pela Secretaria de Infraestrutura (Seinf).
Cada apartamento terá 42m², contendo dois quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço interna e rede de gás externa. As instalações dos sistemas elétrico e de água tratada, serão realizadas pela CEA Equatorial e pela CSA, respectivamente.
A obra teve início em 2011, mas foi paralisada em 2014 e retomadas novamente em 2018. Além de garantir novos imóveis, a ação está gerando mais de mil empregos que ajudam a erguer os prédios. Entre os profissionais estão pedreiros, carpinteiros, bombeiros hidráulicos, eletricistas, pintores, serralheiros, armadores, gesseiros, ajudantes, e serviços gerais.