Por ANITA FLEXA
O Dia dos Povos Indígenas (19) começou a ser celebrado ontem à noite com ações que enaltecem a resistência, combate à violência e as desigualdades numa programação chamada de “Abril da Resistência”. Num gesto simbólico, o governo do Amapá acendeu luzes vermelhas no Palácio do Setentrião.
A programação acontecerá em vários espaços públicos e contará com a presença de 91 caciques de Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Norte do Pará.
“É muito importante pra eles (indígenas), principalmente pros caciques, lideranças que estão participando aqui pela primeira vez, eu estou aqui pela primeira vez. É importante pra gente continuar a nossa caminhada de resistência”, avaliou a secretária adjunta de Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará, Oriane Tiriyo kaxuyana.
O Abril da Resistência também tem o objetivo de ampliar as articulações entre as esferas governamentais para combater a violência contra os povos originários.
“A mensagem é de o governo levando políticas públicas para a população indígena, a população indígena que teve esses 524 anos de invisibilidade, de colonização. Então, toda a ação aqui é buscar o fortalecimento da população indígena nas diversas áreas que o governo do estado atua, seja educação, saúde, acesso social, meio ambiente, cultura”, conclui a secretária de Povos Indígenas do Amapá, Sônia Jeanjacque
“A resistência indígena significa a gente respeitar o nosso passado, a nossa história, a ancestralidade de quem estava aqui antes dos brancos, antes dos portugueses e europeus chegarem aqui”, explicou o governador Clécio Luís (SD).
“Hoje em dia, obviamente, com uma configuração territorial muito alterada, nossos povos foram reduzidos. O Amapá tem hoje mais de 11 mil indígenas, seja nas áreas do Oiapoque, da Perimetral do Norte, ou no Norte do Pará, que somos responsáveis, porque é um distrito sanitário que nós tomamos conta, então ter e receber essas lideranças é um evento simbólico, mas que marca um mês inteiro de entendimentos, de reuniões, de diálogos”, concluiu.
A cerimônia de abertura do Abril da Resistência contou com apresentações de alunos da Escola Estadual Indígena Jorge Iaparrá.
A programação se estende até o dia 27 de abril entre movimentos culturais, feira de artesanato indígena na Casa do Artesão, rodas de conversa com mulheres e danças tradicionais no monumento Marco Zero do Equador.