Por IAGO FONSECA
Investigações apontam a existência de uma “equipe do crime” envolvida em três noites de homicídios ocorridos no início de abril, no Bairro Brasil Novo, na zona norte de Macapá, de acordo com a Polícia Civil do Amapá.
Os policiais tentam relacionar se as mortes têm relação entre si e se uma das vítimas, a travesti Jorrana Priscila, de 32 anos, era realmente um dos objetivos do grupo.
Na tarde de segunda-feira (29), após a localização de um carro envolvido na morte de Priscila, a polícia tentou abordar o motorista, um homem de 36 anos, que fugiu e atravessou uma área de mata para fazer uma vizinha refém no Bairro Açaí, na zona norte. Ele fez uma live na Internet durante as negociações com a polícia.
Após se entregar, ele confessou a autoria dos disparos que matou Jorrana Priscila – crime ocorrido no dia 7 de abril. Porém, após a chegada de uma equipe de advogados, o autor silenciou e foi preso somente pelo sequestro, porte ilegal de arma de fogo, e posse de drogas, que estavam junto com uma quantia considerável em dinheiro dentro do veículo usado na morte da travesti.
“Inicialmente a gente tratava como crime passional, mas o nosso levantamento foram três homicídios, um na sexta, um no sábado e no domingo, em menos de 100 metros um para o outro. Pelas imagens que nós coletamos na região, a gente tem essa identificação de três envolvidos. Mas a gente sabe que eles não trabalham sozinhos, a gente está tentando identificar o mais breve possível, maior quantitativo possível de pessoas”, afirma o delegado Mauro Ramos, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe).
A polícia trabalha, também, com a hipótese de uma briga entre facções na região. Por isso, investigam a possibilidade de que Jorrana foi morta por retaliação de pessoas envolvidas com o crime organizado.
“A Jorrana tinha várias amizades, entre elas algumas que tinham envolvimento com práticas criminosas. Em uma dessas idas até a casa, coincidentemente ela estava no local, estava presente na frente da casa dela, ainda não conseguimos determinar se ela especificamente poderia ser um dos objetivos, ainda estamos levantando essa hipótese”, reforçou o delegado.
O homem que assumiu a autoria da morte de Jorrana e que resistiu sequestrou uma vizinha para fugir da abordagem não teve a identidade revelada pela polícia, mas o Portal SelesNafes.Com conseguiu apurar na região que se trata de Juvenilson Silva.
No seu carro, um Siena branco, foram apreendidos cerca de R$ 10 mil, drogas e uma arma calibre 38 com numeração suprimida e munições, segundo a polícia.
“Todo esse material foi apreendido e nós apresentamos lá na nossa delegacia, fizemos auto de prisões flagrantes aproveitamos para ouvir o seu depoimento a respeito do caso da morte da travesti, ver o que ele tinha a alegar com relação a coincidência do veículo, do boné que está no vídeo em que foi apreendido dentro do carro dele”, finalizou o delegado.
As investigações continuam.