No Amapá, vidros do lixo viram areia para construção civil

Startup do Amapá é a 1ª da Região Norte a entrar neste mercado. Por mês são produzidas 30 toneladas de areia de vidro.
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Por ANITA FLEXA

Uma empresa de Macapá é a primeira da Região Norte a entrar para um segmento do mercado da reciclagem que torna lixo em material de construção. A iniciativa, além de gerar postos de trabalho, também estimula o descarte correto de materiais perigosos: os vidros, que viram areia para a construção civil.

O projeto conta com uma parceria, da Prefeitura de Macapá, que facilita o descarte correto de materiais de vidro em 6 pontos estratégicos da cidade – a campanha Eco Projeto. Um deles fica na orla da cidade, no bairro Santa Inês, os depósitos são carcaças de geladeiras. Basta abrir e armazenar os materiais. Depois disso, a prefeitura recolhe o material e encaminha para um destino correto.

Segundo a Secretaria Municipal de Zeladoria Urbana são quatro ecopontos espalhados pela cidade, um deles fica na orla de Macapá, no bairro Santa Inês. Desde o início da campanha, em janeiro deste ano, mais de 5 mil recipientes já foram recolhidos e os principais objetivos são, evitar o descarte irregular desse tipo de material que além de poluir o rio, também causa obstrução de canais e bueiros, e oferece risco ao passeio público quando jogado nas vias da cidade. Outro objetivo é fomentar iniciativas de reciclagem, o material vai para uma empresa que reutiliza e transforma o vidro coletado em vários objetos

A empresa que recebe essas garrafas de vidro para transformar o “lixo” em “luxo” é a Vitrum, criada por Janaína Silvestre e sua família em 2021. Eles tiveram a ideia de criar uma solução inovadora para os recipientes descartados após participarem de um congresso chamado “Lixo Zero”, e decidiram pesquisar sobre como poderiam reciclar as embalagens transformando o vidro em areia. A ideia deu tão certo que o vidro se transformou em insumo para o setor da construção civil, fomentando a economia circular e promovendo a redução do impacto ambiental, já que o vidro demora cera de 4 mil anos para se decompor.]

Os vidros recolhidos…

… nos ecopontos viram …

… areia, que é usada …

… na construção civil

“Nós tivemos a ideia de produzimos e comercializamos sacos de areia de vidro, de alta qualidade, obtido a partir da higienização e trituração das embalagens de vidro coletadas. Nossa areia de vidro, além de ser um material ecologicamente correto, possui propriedades ideais para compor misturas para tijolos ecológicas refratários e revestimentos cimentícios esteticamente atrativos. E já a nossa empresa é a única na região norte que transforma em areia para a construção civil e para essas finalidades cimentícias que a gente vem transformando aqui”, destacou Janaína Silvestre

Além de proporcionar sustentabilidade ambiental, redução de consumo de recursos naturais, diminuição de resíduos sólidos, os produtos e serviços são submetidos a rigorosos padrões de controle de qualidade, para garantir o fornecimento de vidro triturado de alta performance e mistura pronta confiável para a produção de revestimentos. Sem falar o que mais chama atenção: a beleza única e brilhante de cada peça.

“Os nossos produtos são areia de vidro e mistura para revestimentos, e a aplicação deles estão na área Comercial e Residencial para revestimentos de pisos e pares, fachadas, componente para mistura de tijolos, refratários e produtos cimentícios”, afirma.

Janaína Silvestre: “Nossa areia de vidro é um material ecologicamente correto”

Após a trituração …

… areia está pronta para várias aplicações

Janaína diz ainda que a empresa já possui o Selo Amapá, e que participar de eventos como a 52ª Expofeira Agropecuária do Amapá e Startup20 ajudaram a apresentar essas novas soluções para a sociedade. E que por dia produzem cerca de 1 tonelada de vidro, ou seja, 30 toneladas por mês. São tantas garrafas que a casa já está ficando pequena para tanto material.

“Ao todo somos apenas 5 pessoas trabalhando com a reciclagem do vidro, o processo que mais demora é a limpeza e separação das garrafas por cores. Mas a máquina que tritura o vidro consegue produzir cerca de 1 tonelada durante 8 horas de funcionamento. Se tivéssemos um espaço maior e mais gente trabalhando, esse número seria muito maior e o processo de moer seria muito mais rápido. Às vezes precisamos pedir para quem doa os vidros e para a prefeitura, um tempo maior para que a gente possa conseguir mais espaço”, afirma.

Os materiais que podem ser descartados nos ecopontos para vidro: potes de vidro, garrafas, copos de vidro, embalagens e frascos de produtos alimentícios. Os que não podem ser descartados nos ecopontos são: espelhos, vidros planos, lâmpadas, cerâmicas, porcelana, tubos de tv.

Seles Nafes
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