Tork retira sigilo sobre inquérito onde prefeito é apontado como ‘chefe de ocrim’

Pedidos de busca e apreensão detalham dezenas de compras feitas sem licitação e com favorecimentos ao prefeito
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Por SELES NAFES

O desembargador Carlos Tork, do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), retirou o sigilo sobre o inquérito que deu origem à Operação Cartas Marcadas, deflagrada no último dia 2 de abril pelo Gaeco e forças policiais na prefeitura de Mazagão, cidade a 64 km de Macapá. No inquérito, o MP afirma que o prefeito Dudão Costa (União) é o chefe de uma organização criminosa criada para favorecer ele, parentes e servidores de alto escalão.

O sigilo foi retirado a pedido do próprio MP. O desembargador avaliou que o segredo de justiça não é mais necessário porque todos os 82 mandados de busca foram cumpridos.

Por isso, é possível acessar todo o conteúdo de 140 páginas do relatório do MP que embasou a expedição dos mandados autorizados pelo desembargador Agostino Silvério.

O relatório, que é um resumo das investigações, cita dezenas de contratações com licitações supostamente fraudadas, algumas com valores altos, entre R$ 600 mil e R$ 2 milhões para os mais diversos fins, como construção de salas de aulas, coleta de resíduos da rede pública de saúde e compra de material de consumo.

Segundo o Gaeco, as empresas favorecidas com contratos foram financiadas por dois sobrinhos do prefeito Dudão. Quando as empresas (de laranjas) recebiam os pagamentos, devolviam parte dos valores a eles (com juros) e ao prefeito, que seria o chefe da organização criminosa (orcrim), conforme denúncia do MP.

Dudão Costa ainda não se pronunciou publicamente a respeito das denúncias. Foto: Seles Nafes/Arquivo SN

O relatório menciona mais de 60 nomes de pessoas, além de empresas e das secretarias municipais como Saúde e Educação.

O prefeito não se pronunciou publicamente a respeito das acusações, mas a prefeitura emitiu uma nota genérica afirmando que se empenha pela transparência e cooperação com as investigações. 

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