Por IAGO FONSECA
Alunos e professores da Escola Indígena Estadual Jorge Iaparrá, de Oiapoque, cidade localizada a 590 km de Macapá, estão participando de uma programação cultural em escolas e pontos turísticos da capital até sexta-feira (19). As atividades fazem parte do projeto “Aula com Cheiro de Floresta”, que teve início nesta segunda-feira (15) na Escola Estadual Antônio Castro Monteiro, situada no Bairro Zerão, zona sul de Macapá.
Os estudantes da etnia Karipuna, residentes na Aldeia do Manga em Oiapoque, estão visitando Macapá pela primeira vez. O objetivo do projeto é promover a troca de experiências, fortalecer relações e estimular reflexões sobre o cuidado ambiental e o desenvolvimento sustentável.
“Para nós, é um privilégio estar aqui, fora do nosso ambiente habitual. É uma oportunidade importante para aprendermos mais e compartilharmos nossa cultura e origens com aqueles que ainda não tiveram a chance de conhecê-las. Espero que eles apreciem o que temos para mostrar”, comentou Ana Clara dos Santos, uma aluna Karipuna de 15 anos.
Durante os próximos dias, os estudantes indígenas participarão de intercâmbios culturais em outras escolas da capital, incluindo apresentações do Turé e rodas de conversa. Além disso, terão a oportunidade de explorar pontos históricos e turísticos da cidade, como a Fortaleza de São José, o Monumento Marco Zero do Equador e o Bioparque da Amazônia.
“Ficamos felizes em compartilhar um pouco da nossa cultura e ao mesmo tempo conhecer o contexto urbano dos alunos locais. Embora trabalhemos muito com histórias, essa experiência prática é muito valiosa para que eles compreendam melhor o Estado do Amapá, do qual fazemos parte. Isso é especialmente relevante neste mês dedicado à conscientização indígena”, explicou o professor Dieimison Sfair dos Santos.
“Durante as atividades, abordaremos a horta cultivada em Oiapoque e também as hortas presentes nas escolas de Macapá. Assim, esta ‘aula com cheiro de floresta’ incorpora a ancestralidade dos nossos povos indígenas, ensinando-nos a respeitar e preservar a natureza”, enfatizou Carla Nobre, chefe da Unidade de Educação Ambiental da Secretaria de Estado da Educação (Seed).