Por IAGO FONSECA
O juiz substituto Hauny Rodrigues Diniz adiou o julgamento do policial penal Anderson Luiz Dias da Silva, acusado assassinar seu primo, crime ocorrido em dezembro de 2018. A justificativa foi a ausência dos três advogados do réu, um deles com atestado médico – que foi indeferido pelo jurista.
De acordo com o magistrado, apesar do advogado Elias Reis da Silva ter apresentado à corte exames médicos datados do início de maio, o pedido de adiamento com atestado médico só foi feito no dia 24, na véspera do júri.0
Além disso, o acusado possui outros dois defensores responsáveis pelo processo, por isso, o juiz julgou o pedido improcedente e solicitou investigação da conduta do advogado na OAB Amapá.
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Após o cancelamento, Anderson Luiz saiu livremente do prédio
Mesmo não acatando a justificativa de Elias Reis, o magistrado adiou o júri por avaliar que o réu ficou desassistido pelo três advogados da defesa. Ele afirmou que não haverá um próximo adiamento. A Defensoria Pública foi intimada para em caso de nova ausência da defesa assumir o processo.
“Infelizmente o júri foi redesignado, teremos uma nova data para julgamento, mas o que pretendemos é, em nome da família enlutada, requerer a condenação máxima do acusado no próximo júri, para que ele seja responsabilizado pelo homicídio por motivo fútil, banal”, destacou advogado Renato Neri – que junto com o advogado Marcelino Freitas, é assistente de acusação.
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Assistentes de acusação, advogados Renato Neri e Marcelino Freitas
Anderson Luiz também aguardou pela defesa no banco dos réus. Ao ouvir a decisão de adiamento pelo juiz, ficou por um tempo no salão do Júri, na avenida FAB, e depois, saiu do prédio livremente.
Ainda não há data definida para um novo julgamento.
O caso
Marcelo Brito Silva foi morto pelo primo, o policial penal Anderson Luiz, nas proximidades do Parque do Forte e Mercado Central, em Macapá, em 23 de maio de 2018. De acordo com a acusação do Ministério Público, Anderson disparou diversos tiros contra Marcelo após uma lata de cerveja ser arremessada contra seu carro.
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Anderson Luiz Dias é policial penal. Foto: reprodução/rede social
Ficha comprometida
Além do homicídio, Anderson também já foi preso por envolvimento com a facção Família Terror do Amapá (FTA). Ele foi acusado de entrar com drogas e celulares para presos no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).