Fotógrafo do AP registra estragos no RS e atua voluntário

Amapaense André Fernandes descreveu o caos que tem presenciado e registrado com sua lente nesses dias de angustia e luta.
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Por CAROLINA MACHADO

O fotógrafo amapaense André Fernandes, de 32 anos, vivencia de perto a catástrofe ocorrida no estado do Rio Grande do Sul. Morador há 8 anos do município de Canela, localizado na Serra Gaúcha, a aproximadamente 136 quilômetros de Porto Alegre, ele conta que jamais havia visto algo parecido com o que as tempestades causaram nas últimas semanas.

Ele descreveu o caos que tem presenciado e registrado com sua lente nesses dias de angustia e luta.

“Nunca existiu nem em pensamento algo assim. Mesmo em Canela, tivemos muitos prejuízos em questão de infraestrutura. Perdemos estradas, acessos, tivemos quedas de árvores, casas, deslizamentos, tivemos perdas de vida, mas como somos do alto da serra, nada se compara às partes baixas que receberam toda a água de cima, chegando a ter cidade com mais de 3 metros de água”, descreveu.

Diante da situação, o amapaense não poupou esforços e se uniu voluntariamente às autoridades de Defesa Civil para ajudar às vítimas.

Além de registrar …

… todo o rastro …

.. de destruição …

… André Fernandes arregaçou as mangas e se uniu à Defesa Civil …

.. para auxiliar às vítimas

“Me coloquei como um voluntário pra poder tentar ajudar e no primeiro dia embarquei na viatura. Já comecei fazendo as situações e tentei um pouco de entendimento da área. Aí, no segundo dia, a gente já ajudou numa evacuação das famílias que estavam em área de risco iminente lá, que tava vindo tudo abaixo”, relatou.

Dentre os trabalhos realizados durante o desastre, o fotógrafo conta que já atuou em desobstrução de vias e retirada de pessoas de áreas de risco.

“Levamos suprimentos para famílias. Estou praticamente uma semana sem dormir, dormindo em média duas/três horas por dia. O corpo já não está conseguindo responder, mas só de acordar e ver as pessoas agradecendo o trabalho pelo qual estou me dedicando e entregando, isso aí já me renova e me ajuda a ir a campo de novo”, compartilhou.

Autoridades e voluntários estão engajados …

… começar a amenizar …

… os estragos na infraestrutura …

… que ocorreram por todo o estado

O amapaense revela ser fã e respeitador da Polícia Militar. Ele conta que na última viagem a Macapá chegou a ganhar uma camisa da Rotam, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar do Amapá, e que quando está cansado, coloca a camisa e sente como se tivesse colocado ‘um escudo’ e vai a campo novamente.

“Num dos resgates lá, que a gente teve que tirar as pessoas de dentro de um bairro que estava desmoronando, eu estava com a camisa da Rotam. Nessa ação, estavam a Brigada Militar do Rio Grande do Sul e o Batalhão de Operações Especiais daqui. Nisso, uma criança que correu para o meu lado, eu coloquei ela no colo, parecia aquela cena de filme. Ela devia ter sete anos e veio me falando que estava com medo e que a amiguinha dela já não tá mais ali. Eu coloquei ela no ombro e a gente foi conversando por uns oitocentos metros, subindo o morro. O pessoal olhou ali aquela cena e acho que acabaram respeitando um pouco mais assim o amapaense”, concluiu.

Seles Nafes
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